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    porto velho, quinta-feira 11 de dezembro de 2025

“O populismo segura o chicote dos políticos”, revela Flori Cordeiro, prefeito de Vilhena

Ele foi o entrevistado do programa A Voz do Povo nesta quinta (11)


Redação

Publicada em: 11/12/2025 12:50:33 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta quinta-feira (11) recebeu o prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro, que falou sobre o seu mandato e contou um pouco da sua história de trabalho como delegado da Polícia Federal.

Ex-delegado da Polícia Federal, Flori Cordeiro foi chefe da Delegacia Ambiental e de Entorpecentes da PF de 2008 a 2013. Também coordenou a Polícia Federal em Vilhena e Ji-Paraná. Durante a entrevista, comentou sua relação com Rondônia e a familiaridade que desenvolveu com o estado ao longo da carreira.

“Eu creio que, desta leva mais nova de policiais federais, eu conheço bastante a capital e o estado, por isso serei bem recebido aqui. Sou um menino do interior de São Paulo, nascido em uma cidade muito parecida com Espigão do Oeste”, falou.

Ao relembrar o cenário encontrado ao assumir a administração municipal, ele fez um diagnóstico direto sobre o passado político de Vilhena.

“Somos a segunda maior arrecadação do estado. O problema que Vilhena vivia era a bagunça: chegamos a trocar sete vezes de prefeito em dez anos. Era uma prefeitura rica que precisava de austeridade e disciplina para colocar tudo no prumo”, comentou.

Falando sobre sua trajetória na Polícia Federal, ele explicou a mudança de rumo que o levou à vida pública e ao serviço comunitário: a religião.

“Trabalhei em operações contra a corrupção na cidade de Ji-Paraná. Eu tive uma experiência, um testemunho que me levou para o seio da Igreja Católica, e passei a entender que tinha uma missão a cumprir pelo povo, uma vez que eu já considerava a minha missão na polícia concluída”, declarou.

Ao comparar as responsabilidades que já exerceu, ele destacou a dimensão do poder político de um prefeito.

“O prefeito tem muito mais força do que um delegado, só que, em geral, os prefeitos não usam esse poder por conta da política. O populismo segura o chicote — não de maneira ruim, mas de forma necessária a uma autoridade”, relatou.

Em seguida, ele reforçou sua postura de enfrentamento à corrupção e disse que seu histórico afasta qualquer tentativa de aliciamento.

“Não tenham dúvidas de que o fantasma sabe para quem aparece. Então, o fantasma não vem à toa. Por isso, eu nem recebo propostas de atos de corrupção, porque os corruptos já sabem qual é a minha caminhada”, garantiu.

Recordando um dos desafios mais sensíveis do início da gestão, ele citou o dilema vivido durante o período chuvoso e a determinação que teve de descumprir para aplacar o sofrimento dos seus munícipes.

“Nos primeiros dias de chuva, a Justiça declarou inconstitucional uma lei que autorizava os prefeitos a retirar cascalho sem licença. Eu fiquei em um dilema: ou retirava o cascalho, ou deixava os cidadãos sem acesso. Eu poderia cometer um crime por conta disso. Eu contrariei a decisão e decidi agir”, revelou.

Ao falar sobre as principais entregas da administração, ele destacou a transformação na estrutura de saúde pública.

“A minha principal entrega nem é material. Nós entregamos um sistema de saúde que segue o exemplo dos melhores modelos do Brasil e que não existia em Rondônia. A partir disso, fizemos uma revolução em Vilhena, com reformas, ampliações, e saímos do 27º lugar para o 2º na questão do bom atendimento na saúde”, argumentou.

O prefeito mostrou orgulho ao falar sobre a valorização dos professores no município.

“Hoje os professores em Vilhena têm uma carreira melhor, recebem melhor que todos os outros municípios e também melhor que os professores do Estado. A última referência do professor no Governo do Estado é de pouco mais de R$ 6 mil; em Vilhena ele ganha mais de R$ 8 mil”, comparou.

Encerrando a avaliação da gestão, ele comentou a melhoria fiscal alcançada pelo município:

“Depois de arrumarmos a prefeitura, estamos deixando ela em uma situação financeira muito boa. Quando assumi, a prefeitura gastava 54% da folha e não sobrava nada. A prefeitura vivia deficitária. Agora conseguimos avançar: já fizemos e vamos fazer muito mais”, finalizou.

Veja A Voz do Povo:


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