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    porto velho, sexta-feira 12 de dezembro de 2025

Deputado Fernando Máximo tenta empurrar a conta do HEURO para Marcos Rocha

Ele é cotado para disputar o Senado contra o seu ex-chefe em 2026


Redação

Publicada em: 12/12/2025 08:39:02 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - A novela do futuro Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (HEURO) ganhou um novo capítulo — e, desta vez, carregado de tensão política. Depois de anos de anúncios, placas inaugurais, promessas e discursos empolgados, a unidade que deveria ser o maior complexo hospitalar do estado segue apenas no papel. O impasse, que já era motivo de insatisfação popular, agora se transforma em munição eleitoral para 2026.

O ex-secretário de Saúde e atual deputado federal Fernando Máximo, que durante o governo Marcos Rocha foi o rosto mais visível do projeto, mudou de posição. Com sua pré-candidatura ao Senado colocada nos bastidores, tenta se afastar da responsabilidade e aponta o fracasso diretamente para o governador.

Durante seu comando na Sesau, Máximo participou da construção do projeto, viajou em busca de consórcios para o modelo Built to Suit (BTS) e protagonizou, ao lado de Rocha e da primeira-dama Luana Rocha, o lançamento da chamada “pedra fundamental” do HEURO — uma placa que, com o passar do tempo, virou símbolo da obra que nunca começou. À época, o governo sustentava que Rondônia seria referência nacional em inovação e agilidade. A realidade mostrou algo bem diferente.

A construção não avançou um único estágio. O modelo de contratação emperrou, o terreno segue vazio e a rede pública continua sobrecarregada, sobretudo o já saturado Hospital João Paulo II — justamente o exemplo usado por Máximo para justificar a urgência do novo pronto-socorro.

Com a eleição se aproximando, Máximo tenta reescrever seu papel nessa história. Passou a adotar tom crítico, cobra explicações e se porta como se não tivesse sido o gestor responsável por boa parte das decisões que levaram ao impasse atual. Aliados de Rocha afirmam que o deputado está “lavando as mãos” e tentando faturar politicamente com o desgaste do governo que o impulsionou.

Esse cenário coloca ex-chefe e ex-auxiliar em rota de colisão. Marcos Rocha, que trabalha para manter influência no pleito de 2026, terá de enfrentar Máximo como um dos principais concorrentes ao Senado — justamente na área que mais produz desgaste ao governo: a saúde pública.

Enquanto isso, a população segue sem HEURO, sem calendário, sem explicações objetivas e sem perspectiva de solução. A obra inexistente tornou-se um dos maiores símbolos do fracasso administrativo recente — e também um dos mais valiosos instrumentos de disputa política.

Fernando Máximo, antes protagonista do projeto, tenta agora se afastar do enredo. E Marcos Rocha, cada vez mais pressionado, paga sozinho a conta de uma promessa que se arrasta há anos — e que pode custar muito caro em 2026.


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