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porto velho, segunda-feira 30 de junho de 2025
O governo de transição e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se movimentam no Congresso Nacional e também para formar a equipe de ministros que vai comandar o Brasil a partir de 2023. Sobre os desafios econômicos deste período e as expectativas da nova gestão petista, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Cotado para assumir parte da pasta econômica novamente, o economista descartou por hora a possibilidade de compor o governo Lula: “Se eu sou candidato a ministro da fazenda? Não, não sou candidato a ministro. Eu estou na atividade privada, estou muito bem (…) Estou satisfeito e gratificado na atividade privada. Evidentemente que eu sempre sigo preparado para o serviço público e qualquer convite eu analiso quando ocorre. Eu não trabalho e nem perco tempo com hipóteses. O fato concreto é que estou na atividade privada e estou muito bem”.
“É um momento importante para o Brasil com definição do novo programa de governo, da nova via, das primeiras medidas discutidas. Todos esperamos que o país caminhe na direção correta, de maneira que nós possamos ter aquilo que aconteceu durante o primeiro mandato do Lula, que foi o crescimento e criação de emprego em níveis não repetidos desde então. É o momento de discussão e expectativas sobre as decisões e o direcionamento a ser discutido”, analisou Meirelles. Para o ex-ministro a PEC da Transição é fundamental para cumprir promessas de campanha e readequar o orçamento de 2023: “Por exemplo, a manutenção do auxílio de R$ 600 é absolutamente fundamental para as famílias que já estão recebendo e precisam disso no momento de alto desemprego. O auxílio também às crianças e toda uma série de questões orçamentárias que foram deixadas por esse governo, somado tudo, chega-se a algo próximo a R$ 170 bilhões. Mas é importante mencionar que tudo isso são números preliminares”.
Apesar do alto volume de gastos na transição para o governo Lula, Meirelles pondera que isso não significa falta de responsabilidade fiscal e corte de gastos no futuro: “Nós teremos uma excepcionalidade neste ano, o que não é uma licença para gastar livremente. É uma excepcionalidade de subida e uma volta à normalidade, responsabilidade e controle fiscal a partir de 2024. Agora será um momento responsável, desde que restrito ao ano e com valores muito bem definidos. A partir daí, existem uma série de coisas para serem feitas. Por exemplo, existe um grande número de estatais que já perderam a finalidade. Por exemplo, a estatal que foi construída para constituir o trem bala, há mais de 10 anos, e que não foi viável. Mas a estatal continua lá, com orçamento, pessoal, prédio, despesas e etc. Tem 30 a 40 empresas nessas condições e que podem ser fechadas sem prejuízo ao país”.