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porto velho, quinta-feira 10 de outubro de 2024
O trabalho noturno, seja em turno fixo ou rotativo, tem implicações diretas na saúde e bem-estar dos trabalhadores e muito por culpa do impacto prolongado que tem no organismo.
Conta a BBC que trabalhar à noite ‘desativa’ o relógio cicardiano das pessoas, deixando-as mais vulneráveis a agressões externas, em particular ao stress, uma vez que o desregulamento do relógio biológico ativa o ‘eixo de stress’ do organismo, deixando-o num estado reativo elevado.
Segundo Russel Foster, especialista em sono e professor na Universidade de Oxford, ao trabalharmos à noite “Estamos a esguichar glicose na circulação [sanguínea], estamos a aumentar a pressão arterial, estamos a ativar o alerta para lidar com potenciais ameaças e, claro, não veria ser o caso, estamos apenas a trabalhar”.
Mas o stress não é a única consequência do trabalho noturno. Na verdade, e por comprometer o bom funcionamento do sistema imunitário, pode mesmo ser a principal consequência e o trampolim para outros problemas, como as doenças cardiovasculares (que podem também levar por tabela com o cansaço e a má alimentação comuns nos trabalhos noturnos) e ainda distúrbios metabólicos, como é a diabetes tipo 2.
O risco de cancro é também uma realidade nas pessoas que trabalham à noite, tendo já a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocado o trabalho noturno na lista de potenciais causadores da doença. Neste caso, diz a BBC, o cancro do cólon e reto e o cancro da mama são os mais comuns.
No que diz respeito à vida social, é certo e sabido que quem trabalha à noite dorme de dia e que a convivência com outras pessoas fica seriamente comprometida, contudo, esta consequência vai muito além da falta de sintonia de horários. Segundo a publicação, as pessoas que trabalham à noite acabam por perder aptidão social e empatia.