Fundado em 11/10/2001
porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
BRASIL: Você já pensou em ganhar R$ 320 mil por ano trabalhando como motorista de aplicativo? O valor que parece irreal foi faturado pelo motorista Munir Orra, de 40 anos, de São Paulo (SP).
Trabalhando apenas na categoria Black - que tem o valor da corrida mais caro e é direcionada a passageiros que buscam mais conforto - ele afirma que não tem milagre para faturar mais de R$ 15 mil por mês, mas sim uma 'rotina radical' que envolveu muitas horas à frente do volante.
O motorista conta que em 2022, quando faturou R$ 321 mil ele ficava 'disponível' 18 horas por dia na plataforma, de segunda a segunda. E no ano seguinte, o faturamento bruto foi de quase R$ 293 mil.
Vale explicar que o tempo é contado a partir do momento em que o motorista aceita uma corrida até terminá-la. Isso significa que, enquanto o motorista aguarda um novo chamado, o tempo não é computado. Por isso, Munir consegue ficar 18 horas à disposição na plataforma.
Segundo regras da Uber, os motoristas devem trabalhar no máximo 12 horas por dia no aplicativo e ter seis horas de descanso entre uma jornada e outra. Após alcançar esse tempo limite, o motorista é desconectado automaticamente e só pode retornar após as horas de descanso.
Vida dentro do carro
Para atingir esse valor, Munir diz que passou a dormir no veículo e ir para casa apenas uma vez por semana.
"Tem uma área específica de alta demanda da categoria Black e fica longe da minha casa, então não compensa eu fazer esse trajeto diariamente. Por isso, passei a dormir no carro, me alimentar na rua e tomar banho na academia", diz.
Munir conta que é solteiro e mora na casa de uma tia e seus pais residem no interior do estado. Fatores que contribuem para que ele consiga se dedicar exclusivamente ao trabalho como motorista de aplicativo. Segundo ele, a área de maior atuação do Black é na região da marginal Tietê e Pinheiros, principalmente.
Em três anos na profissão, ele já fez 30 mil corridas. Para integrar a categoria Black ele usa um Mitsubishi Lancer tunado para trabalhar, o que segundo ele, o torna mais conhecido nas ruas da capital paulista.
"Uma das minhas estratégias é trabalhar só na Black porque ela rende em torno de 70% a mais do que a categoria X. Além disso, não costumo aceitar corridas que vão para áreas longes dessa localização porque é mais difícil conseguir corrida Black para voltar e acaba não compensando", explica.
Apesar do bom faturamento, Munir afirma que não pretende ficar na profissão por muito tempo.
"Eu vejo muita gente entrando para trabalhar como motorista de app pensando em plano de carreira, mas é uma profissão que não evolui. É possível fazer dinheiro, mas é importante ter um objetivo e quando atingi-lo sair. Eu estou juntando dinheiro para empreender e quando conseguir abrir meu negócio vou.