BRASIL: A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) da Polícia Civil do Rio de Janeiro esclareceu o assassinato de Daniele Sanches, de 36 anos, ocorrido em março deste ano em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital. Os investigadores identificaram Ronald Mendes, de 32 anos, como o autor do crime. Ele matou a ex-companheira por ciúmes e por se apaixonar pelo genro adolescente. Segundo a delegada Ellen Souto, “a partir da oitiva de todas as testemunhas da investigação, ficou destacado que o Ronald é um homem extremamente manipulador”.

Ronald começou a se relacionar com Daniele em 2019. Desde o início, controlou a rotina da companheira com muitos relatos de agressões contra os enteados. Em 2024, durante o carnaval, a filha de Daniele conheceu um adolescente, com quem iniciou um namoro. Após ser apresentado ao rapaz, Ronald se apaixonou e, logo em seguida, convidou o jovem para morar com a família. A partir desse momento, ele intensificou os conflitos com Daniele.

Diante das ameaças constantes, Daniele decidiu sair de casa com os filhos mais velhos e procurou abrigo na residência da mãe, em Nova Iguaçu. Ela informou a Ronald que buscaria na Justiça a guarda do filho mais novo. Revoltado com a possibilidade de perder o filho e determinado a viver apenas com o adolescente, Ronald elaborou um plano para matar Daniele. Ele enviou mensagens para a ex-companheira e marcou um encontro íntimo com o intuito de levá-la até o local do crime.

ENTENDA COMO FOI ELABORADO O CRIME:

Na noite combinada, Daniele levou salgadinhos e vinho para o encontro. Ronald conduziu a vítima até uma área de mata em Santa Cruz. Lá, algemou Daniele enquanto ela estava nua e tentou degolá-la com uma faca cega. Como não conseguiu matá-la dessa forma, esfaqueou-a diversas vezes até causar sua morte. Logo depois, voltou para casa, coberto de sangue, e ordenou que o adolescente e um amigo comprassem gasolina. Em seguida, retornou à mata e ateou fogo no corpo da vítima.

Nos dias posteriores, Ronald voltou ao local mais três vezes para continuar queimando os restos mortais. Ele próprio levou os policiais até a ossada, encontrada no mesmo matagal. Além disso, para tentar despistar a família, assumiu o perfil de Daniele e passou a enviar mensagens para amigos e parentes, se passando por ela. Apesar da tentativa, o irmão da vítima estranhou os textos, já que Daniele costumava se comunicar apenas por áudios.

Finalmente, o adolescente, pressionado pela mãe após deixar a casa de Ronald, revelou toda a verdade. Segundo ele, o assassino chegou a mostrar imagens do crime. Diante disso, a família procurou a delegacia e denunciou o desaparecimento. Em um último esforço para escapar da responsabilização, Ronald tentou culpar o menor e alegou que os dois haviam planejado o assassinato juntos. No entanto, a polícia desmentiu a versão e prendeu Ronald, que agora responde por feminicídio.