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    porto velho, terça-feira 1 de julho de 2025

Paciente morre após discussão entre médico e técnicos atrasar atendimento no RJ

O socorrista Fábio Domingos afirmou que, ao chegar à emergência, solicitou que o paciente fosse atendido com urgência.


G1

Publicada em: 28/09/2022 15:17:40 - Atualizado


BRASIL - Um paciente morreu de infarto em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira (27), após uma discussão entre um médico e dois técnicos de enfermagem atrasar o socorro da vítima.

Luciano Peçanha, de 41 anos, foi levado por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) até a unidade após sofrer sintomas de infarto. O socorrista Fábio Domingos afirmou que, ao chegar à emergência, solicitou que o paciente fosse atendido com urgência.

Segundo o relato, o médico de plantão disse ao técnico do Samu: "Você já me trouxe um morto. O que eu vou fazer com um morto?". De acordo com Fábio, o homem ainda estava vivo.

O médico teria, então, iniciado uma discussão com ele e uma técnica da unidade e agredido verbal e fisicamente os dois. Fábio declarou ter sido empurrado e atacado com socos no peito.

Parte da discussão foi registrada por uma testemunha que estava na UPA. Em áudio, é possível ouvir o técnico dizer ao médico que vai denunciá-lo ao Conselho Regional de Medicina.

Socorrista: "O paciente está infartando. Eu não sou filho do senhor e nem a profissional. Eu vou fazer uma queixa do senhor."

Médico: "Vai fazer queixa onde, meu irmão? Vai fazer queixa onde?"

Socorrista: "No Conselho Regional".

Em outro trecho, Fábio pede ao médico que tire as mãos dele.

Socorrista: "Tira a mão de mim. Tira a mão de mim".

Médico: "Tá pensando que tá falando com quem?".

Ao fim da gravação, a mulher que registrou a discussão diz: "Enquanto o paciente está aqui, a discussão ainda continua por parte do médico."

O técnico de enfermagem abriu um boletim de ocorrência na 35ª DP (Campo Grande) para registrar as agressões.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que a Fundação Saúde, responsável pela gestão da UPA Campo Grande I, informou que o atendimento na unidade não foi interrompido e que será instaurada uma sindicância para apurar o ocorrido.


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