PORTO VELHO, RO: Atentos à importância da inclusão e igualdade racial das mulheres negras em esferas de poder, a Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria de Assistência Social e da Família (Semasf), promove na manhã desta quinta e sexta-feira (25 e 26), em parceria com o Ministério do Trabalho (MPT) Rondônia e Acre e outras instituições, o evento “Mulheres Negras em Espaços de Poder”. A ação que integra a discussão da participação das mulheres negras em setores de comando, celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, discutindo a luta da inserção das mulheres negras no mercado de trabalho em espaços públicos e privados, principalmente em posições de liderança.

O evento, que acontece no auditório do MPT/RO durante esses dois dias, traz palestras e debates acerca da inclusão das mulheres negras em ambientes corporativos, com mulheres que atuam em cargos de altas lideranças e representa o marco significativo na luta pela igualdade e inclusão conta com a colaboração de diversas instituições importantes como o Ministério Público do Estado de Rondônia (MPE), a Escola de Magistratura (Emeron), Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE), Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE), Instituto Federal de Rondônia (Ifro), o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neabi) e Comitê da Equidade e Diversidade.

O intuito do debate é promover a agenda de equidade racial e de gênero no ambiente de trabalho. Ao reunir essas instituições comprometidas com a justiça social, o evento não apenas contempla a importância de políticas públicas, mas também fortalece a voz, dando visibilidade às mulheres pretas que historicamente enfrentam desafios significativos no mercado de trabalho. Através desses dois dias de falas importantes e significativas, serão exploradas estratégias para promover a diversidade, combater o racismo estrutural e criar oportunidades igualitárias para todas as mulheres, especialmente as mulheres pretas.

DATA NACIONAL E LEI MUNICIPAL

O Dia da Mulher Negra é celebrado no Brasil desde o início do século XXI, mas foi instituído oficialmente pelo governo brasileiro pela Lei nº 12.987/2014. Em Porto Velho, o “Dia Municipal da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha”, celebrado em 25 de julho conforme a lei municipal criada em 2021, é um marco histórico para o município que traz reconhecimento a essas mulheres diante de toda a contribuição dada ao desenvolvimento de Porto Velho.

A gestora da Promoção de Igualdade Racial da Semasf, Elsie Schockness, destaca a importância da atuação de trabalho acerca da discussão do tema que aproveita a data que celebra o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e da luta da mulher negra Tereza de Benguela pela igualdade racial

“A gente está trabalhando para aprovar políticas públicas. A importância desse evento é como nós destacamos esse tema neste ano, Mulheres Negras em Espaços de Poder. Esse tema traz uma reflexão sobre o baixo quantitativo da participação das mulheres negras nesses espaços. Então, essa é a nossa luta que é uma lei que o município aprovou e a cada ano estaremos debatendo sobre outras pautas, reflexões, sobre o posicionamento dessa mulher, como em determinados espaços, ela é invisibilizada".

“Gostaria de parabenizar todos os organizadores pela excelente organização das pessoas que estão trabalhando nesse grande evento, mostra um sinal muito importante que espalha por todo o país. Eu vi a valorização que todo o estado está dando para a contribuição das mulheres, não somente as negras, mas para que todas as mulheres se sintam valorizadas”, exalta a embaixadora de Barbados no Brasil, Tonika Thompson.

Uma das principais palestrantes do evento, Adriana Cruz, juíza federal e secretária-geral do Conselho Nacional de Justiça, do Rio de Janeiro, explicou o debate que irá ser abordado durante as palestras.

“Hoje, 25 de julho, é o Dia da Mulher Negra Latino – Americana e Caribenha, Dia de Tereza de Benguela, então é um momento oportuno de pausa para refletirmos e pensarmos sobre como as mulheres negras estão se colocando nesses espaços de poder que vem se abrindo ao longo dos anos e o que essa presença afeta nesses espaços, como a violência que essas mulheres podem passar dentro dessas instituições e outras situações”, destacou a palestrante.

“Hoje, fazendo alusão à data, a gente vive em um país, que nós, mulheres negras, vivemos uma série de situações de desigualdades, então é importante que a gente esteja aqui pensando e discutindo hoje sobre a importância de mais mulheres negras estarem em espaços de poder, considerados espaços de tomadas de decisões, destacou Raíza Feitosa Gomes, advogada e autora do livro:”Cadê a juíza?” - Travessia de Magistradas Negras no Judiciário Brasileiro.