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porto velho, segunda-feira 30 de junho de 2025
PORTO VELHO - RO - O cenário político de Rondônia para 2026 começa a ganhar contornos claros, e o enredo já indica a velha conhecida: polarização ideológica. De um lado, o senador Marcos Rogério-PL que veste com orgulho o manto bolsonarista, fazendo questão de manter-se como herdeiro fiel do espólio político do ex-presidente.
Do outro, Confúcio Moura-MDB ensaia uma tentativa de representar o campo oposto, com laços evidentes com o governo Lula, embora tente se vender como ponto de equilíbrio — um “centro” de si mesmo, para evitar perder votos da direita.
No meio desse cabo de guerra ideológico, três nomes buscam espaço sem padrinhos: Sérgio Gonçalves-UB, atual vice-governador, que depende de acerto com Marcos Rocha para selar a paz, Hildon Chaves-PSDB e Adailton Fúria-PSD. Sem o selo do mito, nem o carimbo do Planalto, tentam se apresentar como alternativas técnicas, gestoras, modernas — mas enfrentam um desafio grave: falta-lhes combustível político ainda e apoio orgânico. São competidores, sim, mas por enquanto orbitando sem gravidade própria, embora haja ainda tendo para se cacifarem para a disputa.
E há ainda a figura incômoda de sempre para os concorrentes: Ivo Cassol. Sempre citado, nunca confirmado. Suas pendências judiciais pesam, mas ninguém ousa descartar seu nome. Se estiver elegível, entra com força, porque não precisa de bênção de Brasília, nem de ninguém, senão do povão: ele se impõe por si só, como sempre fez.
A dificuldade de Confúcio será convencer o eleitorado conservador de que sua aliança com Lula não é submissão para usufruir das benesses do poder.
Já Marcos Rogério, embora favorito nas rodas bolsonaristas, carrega o fardo do "já ganhou", e Rondônia tem um histórico cruel com esse tipo de confiança: quem larga na frente, costuma ficar para trás. Como diz o treinador Renato Paiva: "O cemitério está cheio de favoritos". E aqui, essa frase vale como aviso.
No fim, 2026 se desenha como uma eleição que pode até ser polarizada no discurso, mas no voto deve ser decidida por quem errar menos, construir mais e depender menos do apoio de Brasília. E nesse jogo, estar só pode ser fraqueza — mas estar amarrado demais também.
Por outro lado, o eleitorado rondoniense já demonstrou que não aceita pressão que visem garroteá-lo na hora da urna.