PORTO VELHO (RO) - O Governo de Rondônia foi autorizado pelo Parlamento Estadual a remanejar parte do orçamento de 2025 para garantir o pagamento da folha dos servidores da saúde ainda este ano — incluindo efetivos, contratados, auxílios e demais benefícios. A medida, na prática, confirma que o Estado não dispunha de recursos suficientes para honrar o 13º salário.

De acordo com o governador Marcos Rocha (UNIÃO), em mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO), o pagamento da folha constitui “obrigação essencial” da administração pública, motivo pelo qual se fez necessário o remanejamento emergencial.

“Diante do exposto, reforço a extrema importância da disponibilização orçamentária à unidade gestora, a fim de assegurar a continuidade e a regularidade dos serviços de saúde prestados à população rondoniense, garantir o cumprimento das obrigações legais relacionadas ao custeio da folha de pagamento dos meses de novembro, dezembro e décimo terceiro”, disse Marcos Rocha no documento.

Para quitar os salários da saúde, o Governo precisou remanejar R$ 65.809.619,58, retirando recursos originalmente destinados ao Fundo de Investimento e Desenvolvimento Industrial (FIDER), Junta Comercial (JUCER), Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (FUNESBOM), Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (IDARON) e ao Fundo Estadual de Sanidade Animal (FESA).

Ou seja, o Estado teve de desvestir setores estratégicos — inclusive a sanidade animal e áreas de desenvolvimento econômico — para cobrir a folha da saúde.

Com previsão de queda na arrecadação e um possível corte de até 30% no orçamento de 2026, o cenário acende um alerta grave sobre a saúde financeira do Governo de Rondônia.