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porto velho, segunda-feira 8 de dezembro de 2025

PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo recebeu nesta segunda-feira (8) a administradora Mari Lisboa, que trouxe uma ampla reflexão sobre educação financeira, com foco especial na formação das crianças e nos desafios enfrentados pelas famílias brasileiras ao ensinar seus filhos a lidar com dinheiro.
Logo no início da entrevista, Mari explicou como percebeu a necessidade de desenvolver um método voltado para crianças pequenas, destacando que muitas delas já demonstram dificuldades em compreender o valor do dinheiro.
“Quando eu comecei a acompanhar algumas crianças eu percebi que surgiu a necessidade de um ensinamento mais claro sobre o entendimento na área financeira, essa é a minha ideia, propor essas aulas já a partir dos seis anos de idade”, falou.
A administradora também detalhou as estratégias que utiliza para transformar temas complexos em algo acessível ao universo infantil. Segundo ela, o segredo está em traduzir números e conceitos para imagens e exemplos visuais.
“A gente faz isso através de ilustrações, porque a criança entende um livro pelas imagens. Com isso a gente prende o entendimento delas para que elas compreendam como é bom ter um capital, um rendimento, por exemplo, o ensinamento através do merecimento, ajudando no controle emocional dos gastos”, enfatizou.

Mari voltou sua atenção aos lares brasileiros, afirmando que muitos pais não tiveram educação financeira durante a vida adulta — e, por isso, enfrentam dificuldades ao transmitir esse conhecimento.
“Os pais têm que ter educação financeira, porém muitos estão muito tarde para se aprender alguma coisa. Então, os pais devem trabalhar no intuito de ensinar as crianças, pois é ensinando que se aprende. Nenhum pai ou mãe vai querer que seu filho cresça indisciplinado financeiramente, então você vai buscar por eles essa noção”, afirmou.
Ao longo da conversa, ela compartilhou um método simples e prático para ajudar famílias a manterem o orçamento equilibrado, destacando que organização não precisa ser complicada.
“Tem um método simples, bem básico, que é o 50% da renda separada para as despesas essenciais, 30% para os desejos como alimentação e roupas, e 20% para investimentos. É necessário reservar esse valor para não ser pego de surpresa. Você pode comprar uma cota, fazer uma aplicação, onde esse dinheiro retorna para você ou a curto ou a longo prazo”, comentou.
Mari revelou ainda que transformou suas experiências e percepções em uma obra literária infantil. O objetivo é levar educação financeira às escolas de forma lúdica e pedagógica.
“Com esse entendimento eu escrevi um livro que será publicado, onde uma história infantil vai mostrar que o dinheiro não nasce em árvore, onde a criança vai entender a importância de valorizar o dinheiro e evitar o desperdício”, explicou.
Outro ponto destacado foi a importância de ensinar às crianças habilidades práticas de consumo e negociação. Mari frisou que o aprendizado financeiro também passa pela vivência cotidiana.
“O importante também é fazer com que as crianças aprendam a negociar, economizar. Elas devem aprender a negociação quando realizam as suas compras, e a mesada ensina muito isso, porque quando o dinheiro é delas, elas acabam pensando mais na hora de gastar”, relatou.
Por fim, deixou uma mensagem aos jovens que chegam à adolescência sem qualquer contato com educação financeira. Para ela, nunca é tarde para iniciar o aprendizado, desde que haja vontade.
“Se uma criança já cresceu sem a orientação financeira, o ideal é que os ensinamentos sigam no ensino médio e na faculdade. O jovem, para evitar se tornar um adulto endividado, deve buscar com toda a vontade esse entendimento”, finalizou a administradora Mari Lisboa.
Veja A Voz do Povo: