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    porto velho, quarta-feira 10 de dezembro de 2025

“O cidadão não terá custo para atravessar o Madeira”, diz presidente da SOPH

Ele foi o entrevistado desta quarta-feira (10) no programa A Voz do Povo


Redação

Publicada em: 10/12/2025 12:45:49 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta quarta-feira (10) recebeu o presidente da Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (SOPH), Fernando Parente. Durante a entrevista, ele explicou as mudanças previstas com o novo modelo de concessão da hidrovia do rio Madeira.

Parente também detalhou números, metas e preocupações relacionadas ao transporte hidroviário, à segurança na navegação e às ações estruturantes que devem impactar diretamente a logística do Estado nos próximos anos. Além disso, destacou o alinhamento da gestão estadual quanto à relevância estratégica da hidrovia para o futuro de Rondônia.

Segundo ele, impulsionar a navegação é uma das prioridades do governo:

“Uma das metas do governador Marcos Rocha é impulsionar a navegação, que é tão importante. Hoje, as riquezas do nosso Estado são transportadas pelo rio Madeira, assim como todos os insumos de infraestrutura da sociedade”, afirmou.

Ao comentar a participação da hidrovia no cenário econômico, Parente ressaltou a importância do Madeira para as exportações rondonienses:

“Nós temos hoje um terço de tudo o que é exportado em Rondônia passando pela hidrovia do Madeira. Contamos com cinco equipamentos portuários que operam esse tipo de carga, então é fundamental melhorarmos cada vez mais o nosso setor de navegação. As nossas exportações somaram mais de três bilhões de dólares, e um terço disso passa pelo porto”, comentou.

Ele também lembrou que o uso da hidrovia reduz significativamente o tráfego pesado nas estradas brasileiras:

“Recebemos mais de 200 mil toneladas que saem em embarcações com duas mil toneladas, em comboios de 30 embarcações, somando 60 mil toneladas. Isso representa a redução de centenas de caminhões circulando nas rodovias do nosso país”, disse.

Em outro momento, o presidente da SOPH detalhou o potencial de ampliação da operação e os esforços para destravar gargalos logísticos:

“Destravamos alguns nós, e temos uma capacidade que ainda pode ser expandida. Nossa premissa é atingir a capacidade máxima, que é de cinco milhões de toneladas por ano — atualmente estamos em torno de dois milhões. Só para se ter uma ideia, carnes refrigeradas podem sair em contêiner ao custo de cinco milhões de reais”, destacou.

Com relação às obras na hidrovia, Parente explicou o trabalho realizado pelo DNIT e justificou a cobrança futura para cargas mais pesadas:

“Nós temos uma ação anual feita pelo DNIT, que é a dragagem do rio Madeira, abrindo espaço para embarcações mais pesadas. Quem vai pagar são os transportadores de cargas de duas mil toneladas. Cada embarcação necessita de um nível de água adequado para se locomover, e as cargas maiores são justamente as que exigem essas alterações que garantam ao menos três metros e meio de calado. Por isso, são elas que vão arcar com o pedágio”, explicou.

Questionado sobre a segurança no rio, ele falou sobre a criminalidade na região e o reforço das ações de combate:

“A criminalidade no rio Madeira também será combatida de maneira mais incisiva. Hoje, os piratas do Madeira agem até com fuzil, por isso entendemos que esse tipo de crime precisa ser extirpado da nossa sociedade”, afirmou.

Encerrando a entrevista, Parente garantiu que não haverá cobrança de pedágio durante o período inicial da concessão:

“Toda a sistemática da concessão tem um cronograma que dará dois anos para a concessionária adequar o rio Madeira, porém sem fazer qualquer cobrança de pedágio nesse período”, finalizou.

Veja A Voz do Povo: 


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