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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: A perda de ritmo da inflação, motivada pelo corte de impostos para reduzir o preço dos combustíveis e da energia elétrica, faz o índice oficial de preços do Brasil aparecer abaixo do apurado nos Estados Unidos desde setembro do ano passado.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 4,2% no acumulado dos 12 meses encerrados em abril. A taxa de inflação dos EUA é de 4,9% no mesmo período.
A inflação anual abaixo daquela apurada nos Estados Unidos é recorrente nos últimos 12 meses contou com o apoio das deflações registradas entre os meses de julho e setembro do ano passado.
Tal movimento tem motivado discussões a respeito das taxas de juros nos dois países. Enquanto o BC (Banco Central) segue com a Selic em 13,75% ao ano sob a justificativa de manter a inflação controlada, o FED (Federal Reserve) vê a necessidade de ainda monitorar o curso dos preços e elevou os juros, pela 10ª vez em maio, para a faixa de 5% a 5,25%, o maior nível em 16 anos.
Para os próximos meses, a tendência pode ser revertida, já que o índice de preços nacional será influenciado negativamente pelas inflações negativas do terceiro trimestre de 2022. Com isso, o IPCA vai novamente superar o teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), nível recuperado nos últimos dois meses.
Na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC citou as previsões para os próximos meses como justificativa para manter a taxa Selic no maior nível dos últimos seis anos. De acordo com a autoridade monetária, chance de o IPCA fechar 2023 dentro da meta ainda é remota, de apenas 17%. Se confirmado, o resultado representará o terceiro furo consecutivo da meta de inflação.
Para os analistas do mercado financeiro, o IPCA deve finalizar o ano em 5,8%, patamar 1 ponto percentual acima do teto da meta do CMN. A projeção atual, no entanto, é menor do que a observada nas semanas anteriores e surge após a Petrobras extinguir a política de paridade internacional sobre o preço da gasolina e do diesel.