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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL - A Serasa registrou em junho a primeira queda da inadimplência no ano, com a saída de 450 mil pessoas da lista de negativados. No mês passado eram 71,4 milhões de devedores ante os 71,9 milhões de maio. Os dados são do Mapa da Inadimplência, divulgado nesta sexta-feira (21)
Porcentualmente a redução foi pequena, queda de 0,63%. Mas ela mostra uma mudança de tendência da taxa de inadimplência que bateu recordes seguidos de alta desde o início do ano.
Apesar do programa Desenrola Brasil ter começado apenas em 17 de julho, vários bancos já haviam iniciado feirões próprios para renegociação de dívida, com condições diferenciadas como descontos à vista, prazos mais longos e corte dos juros.
Com a queda registrada no mês passado, o número de inadimplentes no país passou para 71,45 milhões de pessoas. Um número ainda preocupante já que corresponde a 43,78% da população adulta do Brasil.
Praticamente metade do País está pendurada com dívidas atrasadas.
Entre os estados, o Rio de Janeiro é o que mais concentra pessoas enroladas com pagamentos: 52,80%. Amapá (52,72%) vem em seguida, depois Amazonas (52,20%), Distrito Federal (52,50%) e Mato Grosso (50,33%).
Os juros altos empurraram muita gente para a inadimplência e 2023 começou com 70 milhões de pessoas nesta situação. Em maio, ou seja, em cinco meses, praticamente 2 milhões de pessoas entraram para lista de devedores.
Por isso, a redução desse número em junho é um alívio. Mas ainda é preocupante. Segundo a Serasa o valor total de dívidas em atraso soma R$ 346 bilhões, com um valor médio das dívidas por pessoa de R$ 4.846,15.
O Programa Desenrola Brasil, que começou a semana com cinco bancos participantes, agora já conta com nove: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, Banco Inter, C6 Bank, Nubank e PicPay. Praticamente o dobro.
A exigência do governo de retirada das dívidas de até R$ 100,00 já diminuiu o número de inadimplentes em 1,3 milhão de pessoas em julho. A tendência é que esse número suba.
A expectativa inicial do Ministério da Fazenda era que a retirada das dívidas de até R$ 100,00 reduzisse a lista de devedores em 1,5 milhão de pessoas. Com a adesão de novos bancos esse número deve ser ainda maior. Agora, a expectativa do governo é que alcance 2,5 milhões de devedores.
Lembrando que a exclusão das listas de inadimplência dessas dívidas não significa o perdão delas. É preciso que o correntista negocie com o banco o pagamento do débito em atraso.