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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: O BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (7) a ata com as motivações que resultaram na terceira redução consecutiva de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, de 12,75% para 12,25% ao ano, o menor patamar em um ano e meio.
No documento, os diretores que integram o Copom (Comitê de Política Monetária) projetam novas reduções semelhantes da taxa Selic nas próximas do colegiado. "Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência", diz a ata.
"O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos."
A avaliação leva em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta da política monetária para determinar a inflação em uma economia. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
Apesar de reconhecer o progresso desinflacionário no Brasil, a autoridade monetária avalia que ainda "há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta". Para que o objetivo seja efetivamente concluído, o BC cobra "serenidade e moderação na condução da política monetária".
"O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade", destaca a ata.
O Copom reforça ainda que elevou a incerteza em torno da estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco e cobra a "firme persecução dessas metas". "O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco", observa.