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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
BRASIL: O popular “PF”, ou prato feito, está custando mais caro para o brasileiro. Dos dez itens mais tradicionais do almoço do trabalhador, oito tiveram alta no primeiro semestre de 2024. O preço da batata inglesa, por exemplo, cresceu 55,79%, mais de 22 vezes o valor da inflação oficial do país (2,48%). Por outro lado, a alcatra registrou queda de 3,93% no período.
Os dados têm como base o resultado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, divulgado nessa quarta-feira (10). O levantamento mostrou que, no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 4,23%, encostando no teto da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%.
Liderando o ranking de vilões da inflação do prato feito, a batata inglesa registrou alta de 55,79% no primeiro semestre do ano. No acumulado dos últimos 12 meses, o item cresceu 69,9%, mais de 16 vezes o valor geral da inflação no período (4,23%). O grupo de tubérculos, raízes e legumes, ao qual pertence, teve alta de 36,5% em 2024.
Em segundo e terceiro lugar, fechando o trio mais caro da lista, outros dois itens do mesmo grupo. A cebola encareceu 33,86% no ano, enquanto o tomate teve alta de 28,6%. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 76,81% e 19,98%, respectivamente.
O arroz teve crescimento de 11,23% no ano e 30,13% no acumulado dos últimos 12 meses. O grupo cereais, leguminosas e oleaginosas, do qual ele faz parte, teve alta de 8,57% no período.
O feijão carioca registrou crescimento de 0,32%, abaixo dos 2,48% da inflação oficial. Já o preço do feijão preto ficou 5,49% mais barato em 2024. No acumulado dos últimos 12 meses, a situação é inversa. O feijão carioca recuou 17,45%, enquanto o feijão preto encareceu 4,67%.
A alface aparece em quinto lugar, com aumento de 6,09% neste ano. Já em 12 meses, a hortaliça ficou 15,51% mais cara.
Outro item bem comum no prato do brasileiro, o ovo também encareceu. O item teve alta de 4,22%, pouco menos do que o dobro da inflação oficial. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o ovo caiu 8,09%.
Na hora de escolher entre a carne e o frango, o brasileiro deve ficar atento ao preço. No ano, o grupo carnes ficou 2,89% mais barato. A alcatra, especificamente, teve queda de 3,93%, enquanto o frango ficou 1,99% mais caro. Em 12 meses, a alcatra barateou ainda mais, ficando 6,67% mais em conta. Já o frango registrou alta de 0,21%.
No geral, o trabalhador brasileiro gasta 2,36% a mais para comer fora de casa em 2024. Já no acumulado dos últimos 12 meses, esse valor chega a 4,24%.
Os moradores do Distrito Federal são os que mais sofreram, já que o aumento chegou a 3,88%. Na outra ponta, os cariocas estão desembolsando 1,58% a mais, o menor valor entre as regiões analisadas.
Se o intuito é ter uma refeição mais completa, com direito à bebida, sobremesa e ao tradicional cafezinho depois do almoço, o brasileiro também está pagando mais caro. Nos seis primeiros meses do ano, o refrigerante e a água mineral aumentaram 2,33%, pouco abaixo da inflação.
Já o café e o sorvete tiveram altas maiores que a inflação: 4,18% e 4,82%, respectivamente.