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    porto velho, sexta-feira 20 de setembro de 2024

Selic volta a subir após dois anos: entenda o porquê e se os juros terão novas altas

Decisão de subir taxa de juros após sequência de quedas foi criticada pela CNI; Haddad evitou fazer comentários


R7

Publicada em: 19/09/2024 08:22:23 - Atualizado

BRASIL: O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central aumentou nessa quarta-feira (18) a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano. A taxa vinha em sequência de quedas desde agosto de 2022. A justificativa do Copom foi de que há uma percepção de risco de alta da inflação, e o órgão disse também que esse é o início de um novo “ciclo” para a taxa de juros. O aumento já era projetado pelo mercado financeiro.

Para a economista Vanessa Becker, sócia da Alpes Investimentos, a alta promovida pelo Copom vai servir para controlar a inflação. “A gente está com o mercado muito aquecido, a gente tem a questão fiscal que está pesando muito, e que se não for controlada essa taxa vai continuar subindo.”

Segundo o economista Luiz Rogé, gestor de investimentos e sócio da Matriz Asset Management, é possível haver novas altas nas próximas reuniões dos diretores do Banco Central. O próximo encontro acontece no início de novembro.

“O ritmo dos ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado, ou seja, é um ciclo de alta, e fica claro que virão mais aumentos na sequência. Porém, ele [Copom] não quer antecipar e não diz qual será o ritmo desses ajustes e nem qual será a magnitude total desse ciclo de alta. Mas eles serão ditados, conforme ele sempre diz, pelo compromisso do Banco Central em tentar fazer a convergência da inflação à meta e vão depender, basicamente, das condições da economia”, explica.

“Não foi um aumento só e ponto. A tendência é de que virão mais aumentos na taxa de juros nas próximas reuniões. Isso ele vai graduar, ou vai fazer a gradação de quanto vai aumentar e em que frequência dependendo dos dados”, completa Rogé.

Para o professor César Bergo, presidente na Conselho Regional de Economia do DF, a tendência deve mudar quando Gabriel Galípolo assumir a presidência do Banco Central em janeiro do ano que vem, mas até lá a taxa pode estar em 11,5% ao ano. “Ele vai assumir em janeiro, provavelmente dando início a um ciclo de queda da taxa de juros. Isso parece que está sendo projetado até pelo boletim Focus”, afirma.


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