Fundado em 11/10/2001
porto velho, sábado 30 de novembro de 2024
Qual o tempo ideal para que o corpo feminino esteja preparado para voltar à ativa pós-parto? É normal sentir dor na primeira relação depois do resguardo? O lado afetivo pode afetar o desempenho sexual?
Embora os questionamentos sejam comuns entre mulheres que acabaram de dar à luz, a regra é clara: cada corpo é único.
A relação entre o sexo e o puerpério, ou seja, período pós-parto até que o organismo volte às condições normais, ganhou destaque nas redes sociais após a influenciadora Viih Tube dividir com os seguidores, sua jornada para retomar a vida a dois com nascimento de sua filha, Lua, em 9 de abril.
No vídeo, a influenciadora disse ter seguido todas as recomendações médicas para se permitir ter relações novamente.
“Eu tive 15 dias [logo após o parto] muito difíceis, em que eu realmente me culpei demais, me cobrei muito, fiquei muito triste. Eu sentia uma coisa que parecia que era o fim do mundo, que era uma fase que nunca ia passar. Senti coisas estranhas, pensamentos estranhos, tinha muito medo de tudo. Depois desses 15 dias, começou a melhorar”, iniciou ela.
Na sequência, ela relembrou que o desejo sexual só apareceu depois de um tempo. “Eu me respeitei e com 60 dias me deu essa vontade de transar. Eu tenho muita sorte de ter um marido em casa que me respeita muito. É o momento do puerpério e ele respeitou a minha vontade”.
Em outro trecho, Viih também comentou ter sentido dor durante a primeira relação.
“Nenhuma mãe me contou isso, mas doeu muito a primeira vez, igualzinho quando eu perdi a virgindade, a diferença é que não sangrou. Mas é a sensação de estar abrindo um espaço, é como se tivesse alargando um osso. Eu senti isso. Doeu um pouco sim”, relatou.
A ginecologista Janaina Araújo Ribeiro Bastos destaca que a recomendação médica é de que não haja relações sexuais nos primeiros 40 dias após o parto, independentemente se tenha sido uma cesariana ou normal.
“Mesmo que a mulher esteja à vontade para fazer sexo antes desse prazo de resguardo, não é o indicado, uma vez que aumenta o risco de infecção puerperal, já que o corpo ainda está retornando ao seu estado normal”.
A especialista também pontua que o lado emocional pode interferir no prazer sexual, visto que essa é uma fase de muitas mudanças, especialmente com a privação de sono e a preocupação constante com o bebê.
Segundo a ginecologista, sim. “É comum e não importa se você passou por um parto normal ou uma cesárea. A maioria das mulheres apresenta algum desconforto na sua primeira relação após o parto. Isso acontece devido às alterações hormonais”, comenta.
“Nessa etapa, a quantidade de estrogênio do organismo cai muito. A falta desse hormônio resulta em atrofia da área vaginal, o que provoca a ausência de lubrificação e a redução da elasticidade vaginal”, diz. “E na lactação ainda ocorre o aumento da prolactina que, quando está em alta, reduz a libido”, acrescenta.
Por fim, Janaina alerta que, apesar de comum, o incômodo pode ser tratado com laser vaginal ou fisioterapia pélvica a depender do caso.