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porto velho, quarta-feira 4 de dezembro de 2024
A suposta manipulação por cartões do atacante Bruno Henrique, durante a partida entre o Flamengo e o Santos, em 1º de novembro de 2023, no Arena BRB Mané Garrincha, beneficiaria ao menos três familiares do jogador.
Segundo as investigações, sabendo que Bruno Henrique provocaria ao menos um dos cartões, seu irmão, cunhada e prima criaram, na véspera da partida, contas em casas de aposta virtual e realizaram palpites focando especificamente na punição contra o atleta.
O objetivo, de acordo com as apurações da Polícia Federal (PF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), seria possibilitar que os familiares, que estavam cientes dessa intenção com antecedência, conseguissem ganhos por meio de apostas esportivas.
O jogador foi um dos alvos de busca e apreensão por suspeita de manipulação criminosa em uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro Série A de 2023 durante a operação Spot-Fixing, deflagrada na manhã desta terça-feira (5/11).
Segundo a súmula da partida, nos cinco minutos de acréscimo do segundo tempo, Bruno Henrique levou primeiro um cartão amarelo por golpear um adversário de maneira temerária na disputa da bola. Na sequência, recebeu o cartão vermelho por ofender o árbitro, o chamando de “merda”.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão na residência de todos os investigados, incluindo na casa de Bruno Henrique, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na sede de uma empresa em que o atacante é sócio, em Lagoa Santa, e no quarto do flamenguista no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu.
As buscas e apreensões foram autorizadas pela 7ª Vara Criminal de Brasília. Segundo informações preliminares, a operação resultou na apreensão de aparelhos celulares, computadores e outros itens pessoais pertencentes aos investigados.
Os investigadores da PF e do MPDFT receberam comunicados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com relatórios indicando um volume incomum e uma concentração de apostas realizadas em algumas plataformas prevendo que Bruno Henrique receberia um cartão na partida com o Santos.
Segundo a equipe de investigação, de acordo com o histórico do atacante da equipe do Flamengo dos dois anos anteriores, a perspectiva de punição dele durante a disputa era na casa de 20%, considerando a frequência com a qual o atleta era punido.
A operação, porém, constatou que em duas casas de apostas havia uma predileção em torno de 90% pelo palpite da punição contra o jogador. Para os órgãos de controle, a movimentação indicou um suposto conhecimento prévio dos apostadores.