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“Até hoje me sinto como um pedaço de carne a ser comprado”, diz Carol Narizinho

A modelo, ex-assistente de palco e ex-Fazenda Carol Sertório, mais conhecida como Carol Narizinho, fala sobre sua vida amorosa, carreira e a repercussão...


iggente

Publicada em: 16/06/2021 10:52:10 - Atualizado

BRASIL: O assédio nos corredores das emissoras de televisão ficaram no passado, mas Carol Narizinho conta que essa realidade não é a mesma no universo das redes sociais , onde tem trabalhado bastante desde o começo da pandemia. A ex-assistente de palco conta em uma entrevista exclusiva ao iG Gente como está trabalhando para superar e inspirar outras mulheres com o seu trabalho.

"Às vezes, eu posto algo de biquíni ou uma publicidade que aparece um pouco mais do meu corpo e vem aquele monte de homem elogiando, falando besteira ou oferecendo dinheiro para sair comigo, para me comprar. Isso até hoje me incomoda. Eu me sinto como um pedaço de carne a ser comprado, a ser desejado. Me incomoda bastante essa visão masculina. Acho que a mulher tem de ser livre, mas ainda tem muito machismo nesse meio. A gente não pode andar de biquíni ou postar uma foto usando ele que está se vendendo, mas não é isso que estou fazendo”, reforça a modelo.

Carol explica que por ter sido uma pessoa ingênua, sofreu em diversas relações e, ao longo da vida, foi se tornando uma pessoa mais dura e fria. Ela conta que também recebeu mensagem de algumas ex-companheiras do extinto "Pânico na Band" que se mostraram impressionadas por não serem as únicas a terem vividos situações de assédio sexual e não saberem como lidar.

“Eu já ouvi muitas histórias assim. O que eu passei foi muito leve, foi algo que natural de quem acaba se expondo trabalhando de biquíni ou posando nua. É um preconceito e julgamento, principalmente da parte masculina, de achar que pode comprar a mulher só porque a mulher trabalha, só porque a mulher tem um corpo legal.”

Inspirar mulheres

Carol deixa claro que não julga quem escolhe aceitar este tipo de proposta, dizendo que não sabemos os motivos que levaram a pessoa a aceitar. "Sempre tentei passar isso também para as minhas seguidoras, para as pessoas que me seguem. Desses valores, da criação da minha família. Eu sou uma pessoa muito família, apesar de ser órfã, ter perdido meu pai muito cedo - quando eu tinha nove anos -, ele me educou assim. Formou muito do meu caráter".

A modelo também se emociona ao lembrar da mãe, falecida há três anos, lembrando de como elas eram melhores amigas e conversavam sobre diversos assuntos. "Ela me deu uma criação que sempre me deixou livre, mas sempre me ensinou os valores e a ética que as pessoas devem ter."

Por isso, Carol quer inspirar todas as pessoas, especialmente as mulheres, para que elas possam usar a roupa que quiserem, ter o corpo que desejam, independente de julgamentos.




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