Uma troca de farpas entre o Padre Júlio Lancellotti e o apresentador Danilo Gentili acabou na Justiça. O religioso entrou com uma ação contra o humorista após ter sido alvo de um comentário considerado homofóbico, depois que Júlio criticou os jogadores da Seleção Brasileira e o ex-atleta Ronaldo Fenômeno por ostentarem carne banhada a ouro em um restaurante do Catar, durante a Copa do Mundo.

Tudo começou quando Júlio Lancellotti publicou a imagem em sua rede social e afirmou que aquilo era uma “vergonha”. Gentili, por sua vez, repostou e disparou contra o Padre: “Nós dois lamentamos vendo esse vídeo, amado padre. Eu lamento porque não estou lá com eles comendo essa carne e você lamenta porque gosta de linguiça”.

No processo que esta coluna teve acesso com exclusividade, Júlio Lancellotti diz que estaria clara a intenção de Danilo Gentili em ofendê-lo e atacá-lo. Em outra postagem, o apresentador também teria se referido ao paroco como “Padre Linguiça”.

O ataque homofóbico estaria diretamente relacionado ao fato de que vazou um áudio em que supostamente alguém dizia a Júlio que “as ucranianas são fáceis porque são pobres”. Disso surgiu uma acusação contra o Padre, tipificando-o como um pedófilo. A ofensa teria sido ainda mais pesada para a imagem, honra e bem-estar do religioso, visto que ele é conhecido por seus trabalhos sociais.

Diante disso, foi formulado o pedido de Segredo de Justiça, uma tramitação especial e mais veloz do processo, que foi deferido. Mas, esta coluninha de apenas seis leitores conseguiu o acesso aos autos, uma vez que, apesar de deferido o benefício, não houve tempo para que o sigilo fosse oficialmente determinado.

Padre Júlio Lancellotti pediu a condenação de Gentili à obrigação de retirar a postagem de cunho homofóbico de seu perfil no Twitter, já indicando as URLS das publicações, cinco dias após a decisão, com pena de multa diária de R$ 5 mil. O paroco solicitou ainda que o humorista seja proibido formalmente de postar qualquer conteúdo pejorativo que faça alusão à sexualidade do Padre.

O paroco fez questão de deixar claro também que não existe intenção na audiência de conciliação. Já em relação ao valor de indenização por danos morais, o montante restou classificado em R$ 48.480,00.