Acabou o encanto.

As repetidas desculpas de Tite para o péssimo futebol do Flamengo não convencem.

Ele ficou envergonhado, sem argumentos, depois da goleada que seu time sofreu para o Botafogo por 4 a 1.

A velha desculpa do calendário perdeu sentido, diante da realidade.

O Botafogo já fez 53 jogos enquanto o Flamengo, 48, neste ano.

A insistência pela covardia tática do treinador já incomoda profundamente os dirigentes.

Rodrigo Dunshee de Abranches.

A conquista da Libertadores seria o melhor dos quadros.

Vencer o Brasileiro ou a Copa do Brasil daria um grande incentivo.

Mas justamente no momento fundamental na renhida luta por votos na Gávea, a desilusão.

Mesmo com estrelas caríssimas, que consomem R$ 35 milhões, como folha de pagamento, o Flamengo tem jogado acovardado.

A classificação diante do Palmeiras para as quartas da Copa do Brasil veio diante de uma retranca rasteira, digna de time pequeno, celebrando a derrota por 2 a 1.

Mesmo diante de um adversário fraquíssimo, o Bolívar, no Maracanã, a vitória inconsistente, que trouxe mais medo do que confiança, por 2 a 0. Placar mais que perigoso em La Paz.

O que aconteceu ontem no Nilton Santos envergonharia qualquer flamenguista.

Aos cinco minutos de jogo, Arrascaeta sentiu uma lesão muscular, saiu de campo chorando.

Pode ser que não atue na Bolívia, como Pedro.

O que fez Tite?

Em vez de manter o confronto tático com Artur Jorge, preferiu o medo.

Colocou o volante Victor Hugo e não o meia Lorran.

Tite deu toda a iniciativa do jogo ao Botafogo.

O Flamengo terminou a partida humilhado.

Com três zagueiros, três volantes, encolhido, acovardado.

4 a 1 foi pouco.

Rossi defendeu pênalti de Almada e fez outras três grandes defesas.

Encurralado pela mídia carioca, cansada de ver o time mais caro do país jogar como pequeno, Tite usou argumentos pífios, sem consistência, para explicar outro vexame.

“O grande legado do Silvio Santos foi a marca do bom senso.”

A resposta provocou espanto e até sorrisos irônicos dos repórteres.

Tite tem repetido seu comportamento na Gávea do que fez na Seleção Brasileira.

Nas duas Copas do Mundo que fracassou, ele procurava desculpas rasas para derrotas.

O treinador se complica quando é cobrado, diante de suas atitudes incoerentes.

Depois da partida não explicou porque colocou Victor Hugo no lugar de Arrascaeta.

“Quando pega situações específicas é muito pontual, não é do meu perfil. Quando a equipe perde, ela perde no seu contexto, perde no seu conjunto. Se tivesse entrado bem (Victor Hugo), com bons resultados, a pergunta seria inversa.

“O conjunto todo nosso não teve, e principalmente quando foi no segundo tempo que a equipe foi se desmanchando em termos físicos. Foi caindo, caindo, caindo, e a gente olhava e percebia isso. E a intensidade do Botafogo permaneceu porque tem qualidade, verticalidade, e um time de estrutura física e com um dia a mais de recuperação.”

Ou seja, confirmou o que todos viram: o Botafogo fez o que quis, humilhou o Flamengo.

A direção está assustada.

E busca reforços para evitar o pior neste restante de ano.

Deixou acertada a volta de Michael para a Gávea.

O jogador, que foi procurado antes pelo Corinthians, cumpriu sua palavra, ao ir para a Arábia Saudita.

Cumpriu seu contrato com o Al-Hilal e agora acerta seu retorno ao Flamengo.

Rodolfo Landim está muito preocupado.

Se o Flamengo for eliminado da Libertadores, nesta quinta-feira, a situação ficará mais tensa na Gávea.

O trabalho de Tite já é seriamente questionado.

Ele não tem sido o treinador que o clube sonhou...