Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou nesta quarta-feira o que todos esperavam: a interdição do Estádio Moisés Lucarelli. A decisão foi tomada pelo presidente do órgão, Ronaldo Botelho Piacente, após análise de vídeos, imagens e relatos da partida entre Ponte Preta e Vitória domingo, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O clube foi denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Como um dos artigos possui três incisos, existe o risco de a Ponte perder até dez mandos por cada inciso, o que totaliza 30 mandos de campo, de acordo com informações da assessoria do STJD. O caso será julgado pela 1ª Comissão Disciplinar na próxima segunda-feira.
A interdição é por tempo indeterminado e vale para qualquer competição, não apenas da CBF. O Majestoso só será liberado a partir do momento que a Ponte comprove que o estádio tem condições e estrutura necessária para realizar jogos com segurança para os torcedores. Outra condição imposta pelo STJD é uma vistoria da CBF para constatar a regularidade do local.
Por conta da invasão de torcedores, que quebraram uma das grades e entraram no campo para agredir os jogadores, a Ponte foi denunciada em dois artigos do CBJD. São eles:
- Artigo 211: deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização. Punição: Multa de R$ 100 a R$ 100 mil e interdição do local, quando for o caso, até a satisfação das exigências que constem da decisão
- Artigo 213 e incisos I, II e III: por não prevenir e reprimir desordem, invasão e lançamento de objetos. Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial. Punição: multa de R$ 100 a R$ 100 mil para cada inciso, o que pode chegar a R$ 300 mil.
- Além disso, a Ponte também foi punida com a impossibilidade de ter torcida na última rodada do Brasileirão, domingo, no Rio de Janeiro, contra o Vasco. O presidente do STJD confirmou que não haverá ingressos disponíveis para a torcida da Macaca, por receio de que aconteçam novos atos de violência no Estádio São Januário.
A Ponte já tomou conhecimento da decisão da STJD e agora vai começar a preparar sua defesa, ciente de que provavelmente sofrerá uma punição grave, já que é reincidente. O julgamento está marcado para a próxima segunda-feira, a partir das 13h30.
A interdição vale também para os demais campeonatos, incluindo o Paulistão, que começa em janeiro. Já a punição com perda de mando tem de ser cumprida em um torneio organizado pela CBF (Copa do Brasil ou Série B).
- Vamos trabalhar muito para reverter isso, mas na prática o que temos hoje é um cenário no qual não teremos jogos no Paulista, se não conseguirmos reverter a interdição, e poderemos ficar sem mando em 30 jogos na Copa do Brasil e no Brasileiro. É um prejuízo incalculável - analisa o diretor jurídico da Macaca, Giuliano Guerreiro.