PORTO VELHO-RO: A chamada Caminhada da Esperança, articulada por partidos do campo do centro à esquerda, terminou aquém do que seus organizadores esperavam no Cone Sul de Rondônia. Realizada em Vilhena, a mobilização reuniu nomes de peso do espectro progressista, mas não conseguiu converter prestígio político em adesão popular expressiva.

Mesmo com a presença do senador Confúcio Moura, do ex-senador Acir Gurgacz, da deputada estadual Claudinha de Jesus e do ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, além de outras lideranças alinhadas à esquerda, o ato atraiu menos de 300 participantes.

O número destoou da envergadura política dos convidados e do discurso de reconstrução e esperança que embalou o evento. Nos bastidores, a avaliação foi de frustração: esperava-se uma demonstração de força capaz de sinalizar capilaridade regional e fôlego eleitoral, especialmente em uma área estratégica como o Cone Sul.

Analistas locais apontam que o resultado revela mais do que um tropeço pontual. A baixa adesão escancara a dificuldade dessas correntes em dialogar com o eleitorado vilhenense, tradicionalmente mais conservador (bolsonarista), e levanta dúvidas sobre a capacidade de mobilização fora de seus redutos históricos.

Ao fim, a Caminhada deixou menos imagens de multidão e mais interrogações sobre o alcance real do projeto político apresentado — um alerta para quem pretende transformar palanques em votos na região.