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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
presidente do Fluminense, Pedro Eduardo Silva Abad, e Eurico Brandão, vice-presidente de futebol do Vasco e filho do presidente do clube, Eurico Miranda, chegaram para depor na Cidade da Polícia por volta das 11h30 desta sexta-feira (1). Eles são alvos de mandados de condução coercitiva em uma operação que investiga favorecimento e relações promíscuas entre os clubes e as torcidas organizadas.
Na chegada à delegacia, Eurico Brandão, conhecido como Euriquinho, disse que foi prestar esclarecimentos como testemunha. Mas, segundo a polícia e o MP, ele não foi convidado, mas obrigado a depor. "Eu estou aqui como testemunha. Não estou como envolvido no processo. Não tenho nenhum envolvimento. Vou ver se eu posso ajudar em alguma coisa. Espero que possa ajudar", alegou o filho de Eurico Miranda.
Na saída, Euriquinho negou relação com torcidas organizadas como a Força Jovem e disse que não tem conhecimento de repasse de ingressos de dirigentes torcidas organizadas. “Vim aqui para ajudar nas investigações”, afirmou o vice-presidente do Vasco da Gama.
Já o presidente do Fluminense, Pedro Abad, disse ao sair da Delegacia de Repressao a Crimes de Informática (DRCI) que repassou 200 ingressos por jogo para as torcidas organizadas para jogos entre setembro e novembro neste campeonato brasileiro. O último jogo foi contra o Sport, no Maracanã.
“Quando foi em setembro, nos chamamos todas as torcidas organizadas, e fizemos um pacto pela união de todas elas em prol do time. Eles disseram que estava muito difícil, e ficou combinado que seriam disponibilizados 200 ingressos por jogo para que os torcedores entrassem no do estádio. O Fluminense nunca soube que esses ingressos eram repassados”, explicou o presidente, que declarou ainda que antes disso, o clube não fornecia ingressos para torcidas organizadas, e que chegou a sofrer represálias por isso. “Fui muito ofendido na arquibancada por causa disso, recebi ameaça em WhatsApp”, diz ele.
Abad afirmou que o Fluminense não se questionou a respeito da destinação dos ingressos. Segundo as investigações, os ingressos eram vendidos pelas organizadas para cambistas acima do preço de face. “O Fluminense tem presunção de que as pessoas são honestas. Se tivéssemos conhecimento, aí sim nos íamos apurar a situação e, se necessário, tomar alguma medida”.
Também foi levado para prestar esclarecimentos o vice-presidente de Estádios do Botafogo, Anderson Simões. Após o depoimento, a Polícia Civil entrou com pedido de afastamento como medida cautelar e, segundo a delegada, Simões será afastado do cargo.
O G1 tentou entrar em contato com a assessoria do Botafogo, mas não conseguiu. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Simões, em Copacabana, e na sala dele no Estádio do Engenhão, onde a polícia encontrou dois facões.
Nesta manhã, três líderes de torcidas organizadas de times de futebol do Rio foram presos por Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (Gaedest), do Ministério Público, e com o Juizado Especial do Torcedor. Os três presos foram presos após a investigação da polícia civil mostrar que eles vendiam ingressos cedidos pelo clube para cambistas.
“Não se tem provado que todos os dirigentes saibam da destinação dos ingressos. Mas temos que saber que, quando você assume uma agremiação desse porte, não é desconhecido. Os ingressos são passados para o núcleo duro da torcida. A venda desses ingressos e só uma parte do que arrecada uma torcida de futebol” , afirmou Marcos Kac, promotor do Gaedest.
"Durante as investigações, constatamos várias ilicitudes entre dirigentes de clubes e de torcidas organizadas. Esta foi a primeira fase da investigação. Essas diligências de hoje foram necessárias para que possamos identificar outras pessoas que possam estar relacionadas a essa grande associação criminosa", explicou Daniela Terra, titular da Delegacia de Repressão a crimes de Informática (DRCI).
Por volta das 6h, foram presos Manuel de Oliveira Menezes, presidente da Young Flu, que estava em casa em um condomínio fechado em Quintino, na Zona Norte do Rio, Luiz Carlos Torres Júnior, o Fila, vice-presidente da Young Flu, e Ricardo Alexandre Alves, o Pará, presidente da Força Flu.
Depois de passagem pela Cidade da Políica, Luiz Carlos Torres Junior e Manuel Oliveira foram levados para Central de Garantias e depois para a Polinter.
O objetivo da Operação Limpidus é cumprir 4 mandados de prisão, 10 de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Guilherme Schilling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos (JETGE). Os presos serão indiciados por associação criminosa e prática de cambismo.
As torcidas Young Flu e Força Flu disseram que vão se manifestar quando tiverem mais informações sobre a operação. O Botafogo disse que vai se posicionar mais tarde, com uma nota oficial. Os outros citados ainda não se manifestaram.