A terceira Copa do Mundo custou bastante também ao lado psicológico de Neymar. Pouco mais de três horas depois da eliminação do Brasil pela Croácia nesta sexta-feira (9), no estádio Cidade da Educação, em Doha, no Catar, o camisa 10 pôs em dúvida o seu futuro com a camisa da seleção.

Neymar, hoje com 30 anos, foi o último do elenco a deixar os vestiários. Ainda com os olhos inchados pelas lágrimas que começaram a cair ainda no gramado, o atacante respondeu às perguntas dos jornalistas com paciência e a seriedade que o momento precisava.

“É muito cedo para falar sobre isso. Não fecho as portas da seleção, mas também não garanto 100% que voltarei. Preciso analisar, pensar, pensar um pouco mais sobre tudo e o que é bom para mim e para a seleção. E depois eu decido”, disse o jogador.

O R7 perguntou ao jogador se ele se referia mesmo a todos os compromissos com a amarelinha, como amistosos, Copa América, Eliminatórias, ou se apenas se tratava de uma despedida das Copas.

“Falo de tudo. De todas as competições e amistoso”, concluiu o jogador.

O craque, que não vinha em grande partida, fez um golaço no minuto final do primeiro tempo da prorrogação. Ele puxou a tabela com Lucas Paquetá, saiu na frente do goleiro Livakovic, driblou e acertou um chute forte no alto. O problema, porém, foi que Petkovic marcou aos 12 do segundo tempo da prorrogação e levou a partida para as penalidades.

Nas cobranças, Neymar seria o último a bater. Como Rodrygo e Marquinhos haviam desperdiçado as suas cobranças, o jogador não pôde fechar o marcador. Para ele, não era momento para analisar a ordem das cobranças.

“É difícil falar agora, não quero falar nada sem ver os lances, tudo que aconteceu no jogo. Não existe culpado, ganhamos juntos e perdemos juntos”, disse.

O Mundial do Catar 2022 também foi ruim para o lado físico do jogador. Ainda na primeira partida, contra a Sérvia, ele sofreu uma dura entrada e teve constatada uma entorse no tornozelo direito. Ficou fora de duas partidas, voltou com gol contra a Coreia do Sul, marcou diante da Croácia, mas foi só.

Ao longo do seu período de recuperação, fez fisioterapia intensiva em três períodos para que, primeiro, o inchaço sumisse e, depois, pudesse fazer exercícios de fortalecimento. Fisicamente, voltou sem limitações, ainda que não estivesse no auge da sua parte técnica.