RONDÔNIA - Em alusão aos 45 anos de atuação da Justiça do Trabalho nos estados de Rondônia e Acre, acadêmicos de Direito do Centro Universitário São Lucas e da Universidade Federal de Rondônia (Unir) em Porto Velho participaram de uma roda de conversa que tratou do tema “O papel da Justiça do Trabalho na relação capital e trabalho”.

Os eventos, como parte do Programa de Responsabilidade Social do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT-RO/AC), Justiça do Trabalho Vai à Escola, aconteceram nos dias 1º, na São Lucas, e 4 de junho, na Unir, e contaram com a participação da juíza do Trabalho Substituta da 8ª Vara do Trabalho de Porto Velho/RO, Elisa Augusta de Souza Tavares, do técnico judiciário da 6ª Vara do Trabalho de Porto Velho, Ramon Cujuí Freitas, como historiador, do professor de Direito Processual do Trabalho da Unir, André Bruno, e da chefe do Núcleo de Gestão Documental do TRT-RO/AC, Raimunda Pedraça.

Na conversa, a juíza falou sobre os principais desafios da magistratura, as nuances da carreira, principalmente no atual cenário regido por uma recente reforma trabalhista. Já o servidor fez uma breve explanação do contexto histórico envolvendo as relações de trabalho na região e a atuação da Justiça Especializada na solução dos conflitos.

O debate sobre as relações de trabalho despertou também em alguns acadêmicos o sentimento de mudança, principalmente na questão legislativa. Foi o caso de Rafael Veiga, do 7º período da Unir, que avaliou como um bom aprendizado. “Vamos ter a chance em outubro de colocar novos legisladores que tragam benefícios ao trabalhador. Essa mudança depende de nós. Não adianta a gente cobrar um posicionamento somente do Judiciário, pois ele como fiscal da Constituição está somente ali para exercer a aplicação das normas e da Constituição. Cabe a nós cobrar do Legislativo a implementação e adoção de novas leis que venham trazer novos avanços e progressos ao trabalhador”, ressaltou.

Já para Beatriz Guimarães, também do 7º período da Unir, as questões históricas e sociais envolvendo o direito e a Justiça do Trabalho chamaram a sua atenção. “Percebi que o lado humano está muito presente na Justiça do Trabalho. Foi uma experiência muito boa para conhecer a carreira e entender como isso vai funcionar daqui pra frente, pois são muitas questões e mudanças que causam um pouco de medo e insegurança”, declarou.

De acordo com o professor André Bruno, foi muito proveitoso também para os alunos , primeiro porque consegue romper esse método mais clássico de ensino aprendizagem, onde o professor chega e joga um monte de conteúdo para os alunos e essa oportunidade são muito legais para mostrar aos alunos o que eles vão encontrar fora da teoria. Muitas vezes quando se formam se surpreende com a realidade que enfrentam, esses jogos de poder na prática. A roda de conversa ajuda formar o senso crítico e tirar esse vício de ter só discurso midiático e ter a visão de quem efetivamente está fazendo a Justiça do Trabalho, concluiu o professor.

Para a juíza Elisa Tavares a experiência das rodas de conversa foi extremamente gratificante, pois esse contato direto com os alunos e levar o ideal da Justiça do Trabalho e o que ela representa para a sociedade é muito importante, ainda mais em um momento tão relevante que são os 45 anos de instalação nos estados de Rondônia e Acre concluiu a magistrada.

45 anos

Nos dias 12 e 14 de junho de 1973, as primeiras Juntas de Conciliação e Julgamento estavam sendo inauguradas em Porto Velho/RO e Rio Branco/AC, respectivamente. E para celebrar esses 45 anos da Justiça do Trabalho nos dois estados, o Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT-RO/AC) lançou uma programação especial que conta com a Exposição “Justiça do Trabalho: 45 anos de Trabalho, Justiça e Cidadania” e com rodas de diálogos como as que já aconteceram na capital rondoniense.

Em Porto Velho, a exposição acontece no edifício-sede do Regional, localizado na Rua Almirante Barroso, nº 600, Centro. Em Rio Branco/AC, a realizada será realizada no período de 14 a 30 de junho, no Fórum Trabalhista Oswaldo de Almeida Moura, sito à rua Benjamin Constant, nº 1121, Centro.