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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

Marisa, Dia, Subway e outros varejistas enfrentam crise e estão a beira da falência no Brasil

De faturamento em queda a fechamento de lojas, empresas têm demonstrado dificuldade em se firmar no mercado nacional


cnn

Publicada em: 19/03/2024 11:06:35 - Atualizado

Dia, Lojas Marisa e Subway: o que a crise por trás dessas três empresas têm em comum? Para especialistas, a resposta está na dificuldade em atender a demanda do consumidor brasileiro e de criar raízes no mercado nacional.

A fase mais recente desse cenário começou na última quarta-feira (13), quando a SouthRock deu início ao processo de recuperação judicial das empresas que operam a franquia de fast food Subway no Brasil.

No dia seguinte, foi a vez da rede de supermercados Dia anunciar o fechamento de 343 lojas e 3 centros de distribuição no Brasil. A empresa decidiu concentrar suas atividades na região de São Paulo, onde continuará operando 244 lojas.

Já nesta segunda-feira (18), a Marisa reportou queda de 41% na receita líquida, a R$ 409 milhões no período, desempenho que a empresa atribuiu a uma recomposição de estoque num ritmo “mais lento que o necessário para suportar um maior volume de vendas”.

No caso do Dia, o especialista em varejo da Strong Business School, Ulysses Reis, explica que o início da operação internacional da rede de supermercados no Brasil aconteceu a partir de 1998 — ano em que uma forte desvalorização do real barateou lojas do segmento.

Segundo ele, isso permitiu a entrada de redes estrangeiras no país, como o grupo espanhol, que abriu sua primeira loja no Brasil em 2001.

“Eles estão fechando várias lojas no Brasil e em Portugal, ao mesmo tempo em que abrem mais lojas na Espanha e na Argentina. Essa é uma questão muito característica. O que aconteceu é que muitas dessas redes que chegaram por volta desse período não conseguiram entender o perfil do consumidor brasileiro. O Walmart, por exemplo, teve muitos erros. Ele chegou a vender inclusive roupa para neve, esqui e botas em São Paulo”, conta.

Além disso, o professor destaca a carência de aprofundamento cultural como um dos fatores para a reestruturação da companhia.

“Parece que essa questão não foi sanada nesses mais de 20 que eles ficaram aqui. O Carrefour, por exemplo, antes de entrar em um país, manda 12 ou mais famílias com perfis diferentes para passarem de cinco a sete anos conhecendo a cultura, por isso ele se adequou melhor à cultura nacional”, avalia Ulysses.


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