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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
PORTO VELHO-RO: “É pura covardia”! A frase da advogada e presidente da Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia, Tânia Sena sintetiza o protesto dos representantes do setor, em relação ao que está acontecendo com dezenas e dezenas de profissionais da área, que estão perdendo tudo o que têm, tendo seus patrimônios explodidos e incendiados, sem direito a o contraditório ou a algum recurso. A advogada destaca que a única forma de amenizar o problema de quem sobrevive da retirada de ouro do Rio Madeira é a revogação de um decreto de 1981, assinado pelo então governador Osvaldo Piana, que impedia o garimpo no rio, desde a Cachoeira (hoje barragem da Hidrelétrica de Santo Antônio). Ela lembra que durante cinco anos, até 2012, os garimpeiros tinham autorização para explorarem ouro no mesmo trecho.
Todos investiram pesado; compraram equipamentos, construíram dragas e balsas e, de uma hora para a outra, um decreto de mais de quatro décadas foi ressuscitado, acabando com os sonhos e a vida profissional de um sem número de trabalhadores do garimpo. Tânia Sena também protestou contra o exagero das ações do Ibama e policiais que não só pedem a documentação exigida em lei, para balseiros e donos de dragas, como exigem recibos e documentação completamente fora do que determinam as exigências legais. Através de sua representante, os garimpeiros estão pedindo apoio dos deputados estaduais e do governador Marcos Rocha para que acabe a injustiça, segundo declara Tânia Sena.
No contexto da garimpagem, a representante dos trabalhadores e donos de dragas e balsas afirma que existem muitas Fake News acerca do tema. Uma delas, garante, é a que envolve o uso do mercúrio. Ela repete que há estudo feito pela Unir, que concluiu que não há contaminação dos peixes do Madeira, que possam afetar a vida humana, embora fique claro que qualquer estudo que conteste as teses de agressão ambiental, será rejeitado. Lembrou ainda que o mercúrio é usado internamente nas dragas e balsas, é um produto caro e que os garimpeiros usam com cuidado e em pequenas quantidades. Tânia Sena lembrou ainda que já há estudos avançados, tanto na Unir, em Rondônia quanto no Amazonas, de plantas da nossa natureza que vão substituir o mercúrio, num futuro próximo.
E lamentou que os donos de dragas e balsas prejudicados, assim como aqueles que ali trabalham (e que podem receber até 1.500 reais ao dia, sendo empregados e não os donos dos equipamentos, hoje estão vivendo da solidariedade dos amigos e de outros garimpeiros. Em nome da defesa ambiental, estamos acabando com uma categoria que sempre representou parte importante da nossa economia, ao ponto, aliás, do comércio de produtos para o garimpo ter tido queda de mais de 40 por cento nas últimas semanas.
Tudo para agradar os interesses internacionais e as ONGs, que mandam e desmandam na Amazônia. Lamentável!