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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
PORTO VELHO-RO: A capital de Rondônia e diversas regiões do Estado, enfrentam uma das piores crises ambientais dos últimos tempos, com Porto Velho registrando os piores índices de qualidade do ar no Brasil devido às queimadas.
Envoltas em uma densa nuvem de fumaça, as áreas atingidas sofrem com as consequências diretas na saúde e no bem-estar de seus habitantes. No entanto, o que mais chama a atenção é a inércia das autoridades estaduais e municipais diante desse cenário alarmante.
Durante vários dias, enquanto a população de Porto Velho e outras localidades acordava sob o céu encoberto pela fumaça, o silêncio das instituições públicas era perturbador. Órgãos responsáveis pela proteção ambiental, como Sedam, Ibama, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Polícia Florestal e os Bombeiros, não se manifestaram e, pior ainda, não tomaram nenhuma ação concreta para mitigar o problema. A ausência de uma resposta efetiva dessas entidades diante de um crime ambiental de tamanha magnitude é alarmante.
Apenas agora, após dias em silêncio, o Ministério Público decidiu intervir. O promotor Pablo Viscardi, que atua na área ambiental, anunciou a abertura de um procedimento administrativo e a realização de uma reunião para esta segunda-feira, com o objetivo de traçar ações concretas para combater as queimadas. Viscardi destacou a urgência de uma ação coordenada entre os diversos órgãos públicos, algo que até o momento não foi sequer mencionado pelas demais autoridades.
Surpreendentemente, o Ministério Público foi a primeira e única instituição a se posicionar publicamente sobre a crise das queimadas até a última sexta-feira. Nenhum outro órgão, seja do governo do Estado ou da Prefeitura, se pronunciou sobre o assunto, nem mesmo para expressar uma nota de indignação. Esse silêncio ensurdecedor revela um preocupante descaso com a saúde da população rondoniense, que continua a sofrer as consequências de um ar irrespirável e dos riscos impostos pelas queimadas descontroladas.
A situação expõe a fragilidade das políticas públicas ambientais em Rondônia e a falta de comprometimento das autoridades em proteger a população e o meio ambiente. Enquanto isso, milhares de rondonienses seguem enfrentando os impactos diretos dessa omissão, sem perspectiva clara de uma solução à vista.
A inércia dos organismos públicos não só agrava a crise atual, como também coloca em xeque a capacidade dessas instituições de responderem a futuras emergências ambientais.