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    porto velho, domingo 15 de setembro de 2024

União tem 72 horas para responder sobre liberação de verbas contra incêndios em RO

Ministério Público Federal cobra liberação de recursos para contratação de brigadistas, envio de aeronaves e reforço da segurança na região...


Redação

Publicada em: 03/09/2024 16:33:21 - Atualizado

Foto: Reprodução

RONDÔNIA: O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação na Justiça Federal para que a União libere verbas para a contratação de 450 brigadistas no combate aos incêndios florestais em Rondônia. A Justiça Federal deu um prazo de 72 horas, a partir de segunda-feira (2), para que a União se manifeste sobre o pedido.

Rondônia tem enfrentado recordes de queimadas nos últimos meses. Entre 1º de janeiro e 2 de setembro, o estado registrou o maior número de focos de incêndio dos últimos 14 anos, segundo o Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram identificados 6.984 focos de incêndio, com 64% ocorrendo apenas em agosto.

Na ação, o MPF solicita a formação de cinco brigadas, cada uma com 30 brigadistas temporários, equipados com equipamentos de proteção individual (EPIs) e veículos de combate ao fogo, além de duas viaturas. O MPF também pede que a União envie bombeiros militares de outros estados e que a Força Nacional de Segurança e o Exército Brasileiro realizem patrulhamento nas áreas atingidas em Rondônia, Acre, sul do Amazonas e oeste do Mato Grosso.

Outro ponto da ação requer que a União disponibilize pelo menos três aeronaves, com capacidade para transportar até 12 mil litros de água em cada voo, e helicópteros equipados com dispersores de água, operados por pilotos treinados para atuar na região. O MPF também pede que a União seja condenada a pagar R$ 50 milhões por danos morais coletivos, a serem aplicados em ações de reflorestamento de áreas desmatadas e afetadas pelos incêndios.

O Parque Estadual Guajará-Mirim, uma das principais áreas de conservação de Rondônia, está entre as regiões mais afetadas. Cerca de 31% do parque, o equivalente a 70 mil campos de futebol, foi devastado pelos incêndios. Brigadistas que atuam na área destacam a falta de efetivo e apoio aéreo como principais desafios, dificultando o combate às chamas em regiões isoladas da floresta.

Segundo Luiz Machado, agente do PrevFogo, o apoio aéreo seria essencial para deslocamento e combate ao fogo: "Temos espaço para montar uma piscina e um igarapé para mandar água", afirma o agente.

A maioria dos focos de incêndio em Rondônia está concentrada ao redor de áreas de proteção, como o Parque Nacional Mapinguari, a Estação Ecológica Cuniã, e várias florestas nacionais, evidenciando a gravidade da situação e a urgência das ações solicitadas pelo MPF.


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