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RONDÔNIA - “A Pesca Esportiva tem de ser liberada só para quem tem consciência e educação com o meio ambiente. Infelizmente, a Sedam liberou o extermínio de muitas espécies do Rio Guaporé e outros de Rondônia. Quantos alevinos deixarão de sobreviver com essa insanidade da Sedam?”.

O questionamento e indignação é da presidente da Colônia Z4 de Costa Marques, ambientalista Maria Ildaci Rodrigues Aquino, e se refere a Portaria 428/2018/ da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) que entrou em vigor a partir dessa terça-feira (18) liberando a Pesca Esportiva em Rondônia, em pleno período de reprodução natural dos peixes.

Maria Ildaci afirma que todos os conselheiros e envolvidos em ações ambientais na região estão seriamente preocupados com a liberação, pois na opinião dela, “a exemplo das Reservas, que são criadas pela Sedam, mas ela não cuida, certamente a falta de fiscalização abre brecha com essa Portaria liberando a Pesca Esportiva para que pescadores façam ‘farra’ nos rios”.

A presidente lembra que a preocupação com a liberação da Pesca Esportiva foi levantada recentemente pelo representante da Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale) Zeca Lula, quando ele recebeu Comenda Mérito Ambiental Brasileiro.

Presente no evento, a equipe do Rondonoticias testemunhou Zeca Lula voltando a levantar a bandeira contra a aprovação da modalidade temendo exatamente o fato de, a medida, abrir brecha para pesca ilegal.

No evento, a promotora de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de Rondônia Aidee Moser Torquato Luiz e o major PM Washington Soares Francisco, comandante do Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar de Rondônia garantiram à Zeca Lula que a liberação não aconteceria. “Mas infelizmente não foi o que ocorreu, e que mais temíamos, foi liberado”, lamenta a presidente da Colônia Z4.

Determinação

Conforme determina a Portaria, na prática, a Pesca Esportiva poderá ser praticada no estado na modalidade Pesque e Solte com a utilização de anzol sem fisgas. Mas Maria Ildaci afirma que a realidade não é bem essa. “Você acha que isso acontece mesmo?”, volta a questionar, acrescentando “nós vivemos diuturnamente no Rio e sabemos de tudo o que acontece aqui. Não se tem respeito, os pescadores usam tarrafas e pronto, não querem nem saber! Essa Pesca Esportiva só abre brecha para que todo tipo de espécie de peixe seja capturada, e com isso, milhares deles deixem de nascer”.

De férias

Procurada para falar sobre o assunto, a informação que obtivemos do assistente da promotora, que se identificou como Bruno, foi de que ela está de férias e nenhuma outra pessoa pode falar em nome dela. Ao insistirmos, disse que para falar com ela, “só se vocês forem para Santa Catarina para onde ela embarca hoje”. Ao solicitarmos o telefone para contato, a informação foi novamente ríspida “não sou autorizado a repassar”.

A informação obtida em contato com comando do Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar de Rondônia foi de que o major PM Washington Soares Francisco estava participando de um evento, e também não teria outro responsável no momento para falar sobre o assunto.

O secretário da Sedam também não foi localizado.

O Rondonoticias informa que manterá o espaço para que as autoridades façam os esclarecimentos em relação à liberação da Portaria e fiscalizações.

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