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O NATAL E O COMUNICADOR - Por *Arimar Souza de Sá - Jornalista e advogado


Publicada em: 24/12/2018 13:05:40 - Atualizado


Senhor,

Em pleno Natal, estamos vivendo numa quadra de palavras fortes: corrupção, prisão, traição, desamor, desesperança...

Por isso,

Iluminai este instante do nascimento do filho de Deus.

Deixai passar por mim, e pelos meus amigos e ouvintes, que comigo parcerizaram o ano inteirinho,

Bastante vento, e um montão de esperanças.

Aproximai-me,  cada vez mais dos jovens,

Sem me afastar nunca dos mais velhos.

Dai-me, senhor, músculo de gladiador,

A serenidade dos sábios,

E as resistências dos que sofrem dor no cotidiano da vida e, muitas das vezes, para muita gente, não passam de farrapos humanos.

Fazei-me, enfim, Senhor, como comunicador, UM VENDEDOR DE SONHOS!

O Natal é assim, sempre conduz os homens à reflexão.

E o comunicador tem essa tarefa especial de ser o interprete e elo entre o ouvinte e os problemas do dia a dia, nesse carrossel de emoções que movimenta as ondas do rádio.

No espaço que ocupo há mais de trinta anos, chegando aos lares rondonienses, seja como entrevistador ou cronista, procuro, quando posso, pelas palavras, construir alegrias. Os acontecimentos do dia são minha ferramenta de trabalho na tarefa de interpretar o sentimento social e perguntar o que o ouvinte realmente quer saber da autoridade. Tremo como qualquer um quando a luz acende nos estúdios e estou no ar. Apesar da experiência, continuo frágil diante do microfone de rádio.

Mas quando o programa se desenrola, sou uma espécie de condor, com as asas fortes. Um boxeador, um corredor afoito, um atleta transpirando e vibrando com o objetivo de ser o melhor no meu ofício.

Quando chega o Natal, purifico-me só de imaginar as nuances desse mistério mitológico que se renova a cada ano, que é o nascimento do menino Jesus.

Penso em Deus e na largura da dimensão do amor que Ele leva a cada coração para louvar o dia de seu filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo.

E aí, me refugio em reflexões e o poder divino me acolhe para me fazer feliz e me permitir retornar ao meu tempo de criança e lembrar-me do papai Noel, o velhinho bondoso que me trazia os presentes de Natal no bairro Baixa da União, onde nasci. Nesse passo, valorizo como era bom ser criança e acreditar infinitamente na bondade dos homens.

Por isso, no mês de dezembro, eu me espicho, seja no rádio ou na vida em comum, e fico grande de emoções, flexiono-me...

É o tempo de pensar nos passarinhos, que no alvorecer entre os galhos, gerenciam, com seu canto, a orquestra natural do amor.

Lembro, com satisfação, o fato de ser gente. Desprendo-me da luta, das preocupações do dia a dia, seja como advogado ou jornalista, que me consomem no vendaval do tempo.

Em dezembro, como tantas outras pessoas, reviso os meus conceitos, abro espaço no meu coração para ser melhor, sabe por quê? Porque coloco dentro de mim, o Cristo-Menino, que o combate da vida, às vezes, quer expulsar.

É o mês que mais penso na família, nos amigos. E, nestes momentos esotéricos, eu me morro de amor na revisitação do passado: meus pais, meus irmãos, meus tios, meus primos, sobrinhos, e os incluo na leitura do tempo.  Insiro, também, Dona Rosa, minha primeira professora. Dona Odemira, minha vizinha, fiel, religiosa. Minha mãe, meu pai, meus filhos, meu patrimônio de amor, eu os recoloco no presépio, bem perto de Cristo, deixando-me perfurar a alma e sentir-me o homem mais feliz do mundo.

Creio, e estou certo, todos nós seres humanos somos ungidos por este momento divino, seja nos campos, nas montanhas, nos desertos, nos mares, ou na cidade, somos no Natal um só coração a explodir de emoções pelo nascimento de Jesus. É como se nesse dia encantador, se esmagassem os conflitos, as agruras, as tempestades e o amor triunfasse fagueiro.

O Natal é isso! É aproximação dos homens com Deus. É uma espécie de clemência do próprio universo dando férias ao cansaço do corpo, recolhido da rudez do cotidiano brutal, quando se peita a realidade com força, suor e sangue...

Aos amigos, que me acompanharam no rádio, na televisão e no Rondonoticias, a estes bravos, forjados com a têmpera no sol, a alegria que lhes desejar um Natal feliz, feliz, de luz, mesa farta, alegria e muito amor.

Afinal de contas, a voz do comunicador, vendendo sonhos, é a voz da massa transando com as mensagens de Deus.

Feliz NATAL!

*Arimar Souza de Sá é Cronista, diretor do Rondonoticias, advogado e Jornalista


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