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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
PORTO VELHO - RO - O dia 15 de janeiro de 2022 ficará marcado por ter ocorrido o primeiro transplante de rim no Hospital das Clínicas de Porto Velho. As operações das retiradas do órgão do doador e de implante na receptora, foram realizadas com sucesso e sem problemas para os pacientes. Por sinal a receptora já não necessita mais de diálise.
A operação foi realizada através de cirurgia videolaparoscópica, procedimento realizado utilizando-se uma microcâmera, permitindo um pós-operatório com menos riscos e menor dor para paciente.
Atualmente cerca de 1050 pacientes realizam diálise no estado de Rondônia, sendo uma das maiores incidências do país. O transplante muda essa realidade, pois é considerado o melhor tratamento para o paciente com doença renal crônica em estágio avançado, garantindo melhor sobrevida, maior qualidade de vida e mais liberdade na rotina diária do paciente.
O Brasil é referência mundial em transplantes há décadas, porém, a região Norte não faz, historicamente, parte dessa estatística. Entretanto isso estará mudando a partir de agora, em vista, da operação que foi realizada e das próximas que poderão ser realizadas. A implantação de um serviço de transplante longe dos grandes centros de referência do país é um grande desafio, visto a falta de recursos, a falta de médicos nefrologistas e a dificuldade pa
Em Rondônia, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos estima uma necessidade desse serviço para o Estado, em vista, da grande demanda que há por ano na região, que giram em torno de 107 transplantes de rim por ano. Com isso, fica claro como o estado necessita credenciar novas equipes e hospitais para atender essas demandas.
Diante desse cenário, que o projeto foi encaminhado para o Hospital das Clínicas, em vista, da estrutura que o local tem e o grande apoio, na qual, conta com uma enfermaria e leitos de UTI exclusivos para os pacientes que serão transplantados, diminuindo o risco de infecções.
As operações estão sendo inicialmente de transplante com possível doador vivo, na qual, passa por uma avaliação clínica rigorosa e de compatibilidade, e então seleciona o doador, desde que não comprometa a própria saúde. Parentes até quarto grau e cônjuges podem ser candidatos, por livre e espontânea vontade, conforme a legislação.
Com isso, também se busca reduzir os investimentos em tratamentos fora do domicílio, evitando o deslocamento dos pacientes, os quais passam meses longe de sua família, ou até mesmo se mudam, enquanto esperam um órgão de doador falecido. Estando ciente que a situação do candidato ao transplante lhe exige que resida próximo ao centro transplantador ou tenha disponibilidade de acesso rápido até ele.
São poucos pacientes que se dispõem de condições financeiras para moradia, deslocamentos e cuidadores à sua disposição durante o processo de inclusão na lista de espera (no caso de doador falecido) ou no preparo para o transplante intervivos. Por vezes, esse período somado pode levar meses e facilmente ultrapassar mais de um ano, dificultando o acesso a um direito universal básico, que é saúde de qualidade.
Até o momento os atendimentos estão ocorrendo por meio de planos de saúde, já conveniados com hospital das clínicas, em vista, que ainda não foi solicitado credenciamento com o SUS, porém, o Hospital está aberto a parcerias com prefeituras, entidades filantrópicas e governo do estado para iniciar essas atividades o quanto antes.