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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
Mais de 40 quilos de carne foram apreendidos na carroceria de uma picape, em Colorado do Oeste (RO), na região do Cone Sul. O caso foi registrado na terça-feira (14). A carne seria destinada à merenda de escolas municipais. Segundo a Vigilância Sanitária, o produto apresentava diversas irregularidades, inclusive falta de refrigeração. Por causa disso, as Polícias Militar e Civil também recolheram outros 250 quilos de carne, que havia sido entregues pela empresa anteriormente.
O caso começou a ser apurado através de uma denúncia recebida pelo Ministério Público (MP-RO) no início do mês. Com isso, o órgão comunicou à polícia para também investigar as supostas irregularidades, o que culminou na apreensão de terça-feira.
Policiais abordaram o veículo no momento em que a carne seria entregue em uma creche municipal. No veículo, havia mais de 40 quilos de carne. A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) e Vigilância Sanitária também acompanharam a apreensão.
A fiscal da Vigilância Sanitária, Dionês Mattiello, explicou que a carne estava sendo transportada de forma irregular.
“Estava sem refrigeração, em sacos plásticos, dentro de caixas de mercado e junto com produtos de limpeza. O carro e a lona estavam sujos. A carne estava com uma aparência bem escura, já estava descongelando. Isso é gravíssimo, totalmente irregular”, enfatizou.
A fiscal disse que o motorista também não apresentou nota fiscal do produto. Diante das irregularidades, a Vigilância Sanitária confeccionou um auto de infração para a empresa responsável pela carne.
“A carne não tinha rotulagem. Era sem origem. Além disso, foi abatida em Cerejeiras. Ela é uma carne com selo SIM [Serviço de Inspeção Municipal]. Então, não pode ser vendida para outro município a não ser Cerejeiras. A partir do momento que ela vem para outro município, se torna clandestina”, afirmou.
Em virtude das condições vistas na primeira apreensão, os policiais foram em outras escolas, no hospital do município e na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), onde a empresa havia entregado carne na terça-feira e também em dias anteriores.
A suspeita é de que o produto tivesse sido entregue nas mesmas condições vistas no flagrante. Por isso, os agentes apreenderam mais de 250 quilos de carne, que estavam nesses locais.
O proprietário da empresa fornecedora, Cleber Arlei, disse ao G1 que essa foi a segunda entrega de carne para a prefeitura. Ele contou que também vende para outros municípios e sempre transportou o produto dentro de refrigeração.
Contudo, Cleber admitiu que a carne estava em sacos plásticos na terça-feira. “Entrego a carne empacotada a vácuo, congelada. Hoje, o motorista saiu com pressa e não colocou na refrigeração. Mas a carne é toda regular. Sai do abatedouro já inspecionada e a nota fiscal já havia sido enviada por e-mail. Sigo todas as recomendações da licitação”, afirmou.
A prefeitura disse que o setor jurídico está avaliando as medidas que serão tomadas contra a empresa, inclusive a possibilidade de cancelamento do contrato. O órgão municipal também reiterou que está providenciando o fornecimento imediato de carne para que o produto não falte nas escolas e nem no hospital.
A Vigilância Sanitária informou que o total de carne apreendido, em torno de 296 quilos, foi descartado na manhã desta quarta-feira (15). O produto foi enterrado.