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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
PORTO VELHO RO - A Polícia Civil de Colorado do Oeste indiciou, respectivamente como mandante e executor de um assassinato na Zona Rural do município, a dona-de-casa Neuraci Vieira Nogueira, e o trabalhador em fazendas da região, Adelino José de Jesus. Os dois teriam acertado a morte do agricultor Nilson Nunes Ribeiro, 63 anos.
O crime aconteceu no dia 25 de agosto deste ano, quando a vítima foi morta a tiros dentro de sua casa, num sítio na Linha 01. Na ocasião, Neuraci, que era esposa da vítima e 26 anos mais nova que o marido, estava na residência no momento do assassinato.
Ouvida na polícia na época do crime, a mulher contou que o marido estava em outro quarto, junto com um filho, quando foi baleado. Neuraci disse que apenas escutou o barulho dos disparos e, depois, notou uma motocicleta deixando a propriedade rural, sem reconhecer os assassinos.
Segundo parte do depoimento da acusada, após a descoberta de sua participação no homicídio, ela assume ter contratado Adelino para fazer o serviço. O valor combinado seria R$ 20 mil, mas o pagamento só seria feito após o crime ser consumado e ela receber a sua parte no inventário do marido. O assassino continua preso.
Outro trecho da investigação revela que, logo após receber o assassino, na área do fundo do sítio, e indicar o quarto onde Nilson estava, a mulher se direcionou para o cômodo do filho mais velho. A mandante confessa justificou o homicídio alegando que apanhou várias vezes de Nilson, com quem foi amasiada por 14 anos, antes de se casar “de papel passado” em 2017. Esta, segundo ela, teria sido a motivação para mandar matá-lo.
VILHENENSE NEGA INTERMEDIAÇÃO
Um morador de Vilhena que, segundo a acusada, teria lhe ajudado a encontrar o pistoleiro que mataria o marido dela que ainda não foi indiciado, conta que, dias antes do crime, Neuraci, com quem havia tido um caso passageiro, lhe mandou uma mensagem, convidando-o para “ir tirar leite” no sítio. O rapaz perguntou se ela não estava casada e a mulher disse que sim, mas explicou que o marido estava em Corumbiara.
O vilhenense recusou a proposta, mas a sitiante perguntou se ele não toparia fazer “um serviço” pra ela. Imaginando que se tratasse de algum trabalho na roça, o rapaz deu o telefone de Adelino, que tem experiência em trabalhos braçais.
Só quando o contato já havia sido passado, a agora viúva contou que o “serviço” era assassinar o marido. O interlocutor, então, teria aconselhado ela a não fazer aquilo.
O entrevistado garante que as mensagens em seu celular, que chegou a ser confiscado por policiais que investigam o crime, provam que ele não teve qualquer participação, nem indireta, no homicídio. Mesmo com a confissão na Polícia, a mandante do crime continua em liberdade.