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porto velho, sexta-feira 7 de fevereiro de 2025
MUNDO: Ibrahim Mohammed descobriu no sábado (22) que seu vizinho da enfermaria do hospital havia morrido. Três dias depois, sufocado pelo cheiro do corpo em decomposição, foi obrigado a deixar o hospital em meio às balas que ressoavam ao seu redor.
Em Cartum, a guerra entre os dois generais que disputam o poder acabou com um sistema de saúde já fragilizado, em um país castigado por décadas de guerras e sanções internacionais.
Depois de mais de uma semana de guerra aberta no centro da capital, que tem mais de 5 milhões de habitantes, pacientes e médicos descrevem o horror absoluto.
Mohammed Ibrahim, de 62 anos, visitava regularmente seu filho Ibrahim, de 25 anos, no hospital onde ele recebia tratamento para leucemia.
'NECROTÉRIOS LOTADOS'
Para o médico Attiya Abdalah, secretário-geral do sindicato dos médicos, cenas como essa não são incomuns no Sudão em meio ao caos.
"Corpos em decomposição permanecem nos quartos de hospitais" por falta de capacidade para transferi-los.