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porto velho, domingo 2 de fevereiro de 2025
MUNDO - O líder opositor venezuelano Juan Requesens foi condenado nesta quinta-feira (4) a oito anos de prisão por seu envolvimento em um suposto atentado fracassado contra o presidente Nicolás Maduro em 2018, pelo qual outros acusados receberam penas de entre 20 e 30 anos de prisão.
"Neste momento, saindo da audiência de julgamento de Juan Requesens, condenado a oito anos pelo crime de conspiração", escreveu o advogado de Requesens, Joel García, no Twitter após uma audiência que ocorreu na madrugada.
"Nas próximas horas me encontrarei com sua família para as próximas ações", acrescentou.
Nicolás Maduro aparece em pronunciamento oficial após ter seu discurso em uma parada militar interrompido bruscamente pelo que o governo da Venezuela afirmou ser um atentado com drones carregados de explosivos.
A sentença foi anunciada exatamente quatro anos após a explosão de dois drones nos arredores de um palco onde Maduro liderava um ato com os militares, em 4 de agosto de 2018. Caracas acusou o governo do então presidente colombiano Juan Manuel Santos de planejar a tentativa de assassinato em colaboração com os Estados Unidos e o Peru.
Requesens foi detido três dias depois e acusado de homicídio frustrado, terrorismo e traição à pátria. Cerca de trinta pessoas foram presas neste caso, incluindo um vereador que morreu sob custódia do serviço de inteligência (Sebin).
O parlamentar da oposição Juan Requesens é levado por seu colega José Manuel Olivares após ser ferido por supostos partidários do governo enquanto protestava em Caracas, na Venezuela — Foto: Ariana Cubillos/AP
Poucos dias depois de sua prisão, o governo mostrou o líder da oposição, agora com 33 anos, em um vídeo em que admitiu ter tido contato com um dos supostos envolvidos no incidente. A oposição denunciou que o legislador foi ameaçado ou drogado.
"O Ministério Público não conseguiu provar sua responsabilidade em nenhum dos sete crimes pelos quais foi acusado", escreveu o advogado García antes de ouvir a sentença. "A juíza não tem como condená-lo e deve ser absolvido, mas nossa justiça está sequestrada".
Requesens, deputado do Parlamento anterior de 2015 controlado pela oposição, ficou detido na sede do Sebin até 2020, quando recebeu o benefício da prisão domiciliar. Não está claro se a medida será mantida após a sentença.
"Repúdio eterno aos tiranos e à tirania", escreveu o pai do condenado, também chamado Juan Requesens.
"A ditadura o sequestrou e o mantém privado de sua liberdade como mecanismo de perseguição de toda uma sociedade que resiste", escreveu o líder da oposição Juan Guaidó.
Dois dos acusados, Emirlendris Benítez e Yolmer Escalona, receberam a condenação máxima de 30 anos de prisão, e outro, Juan Rivas, foi condenado a 20 anos, segundo a ONG Fórum Penal, que atende casos de presos políticos.