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porto velho, quinta-feira 10 de outubro de 2024
MUNDO- A justiça indiana condenou nesta quarta-feira (25) o influente guru Asaram Bapu à prisão perpétua pelo estupro de uma discípula adolescente, informou um de seus advogados.
Asaram, um guru de 77 anos que dirige centenas de ashrams - centros de meditação e ensino hinduísta - dentro e fora da Índia, era acusado de ter agredido sexualmente uma jovem de 16 anos em 2013 em Rajastha, oeste da Índia, com o pretexto de exorcizar espíritos malignos.
O guru alega que tem ex-primeiros-ministros e presidentes indianos entre seus adeptos.
As condenações de personalidades do mundo político e espiritual são consideradas sensíveis na Índia, pois estas pessoas são seguidas por milhões de adeptos com grande devoção, o que provoca o temor de uma explosão de violência.
No ano passado, a condenação por estupro de outro guru na Índia, Gurmeet Ram Rahim Singh, provocou protestos que terminaram com 38 mortos.
"Asaram foi condenado à prisão perpétua, até sua morte", afirmou à AFP Rajendra Singh, um dos advogados do réu.
A defesa de Asaram anunciou imediatamente a intenção de recorrer contra a sentença.
O crime aconteceu em 15 de agosto de 2013 durante um retiro coordenado por Bapu. A vítima e seus pais participavam do encontro.
De acordo com a polícia, ele disse aos pais da garota que precisava se encontrar de maneira privada com ela devido aos espíritos ruins que a possuíam. Uma vez sozinho com a adolescente, o guru a teria estuprado. Ela contou a seus pais o ocorrido apenas dias depois.
Chamado de "Babuji", Asaram sempre negou o estupro da adolescente e denunciou os processos judiciais como uma conspiração política. O guru prega a seus discípulos a renúncia aos desejos sexuais.
Mas esta não é a única acusação que pesa contra ele: em outros processos, que ainda aguardam veredicto, o guru é acusado por outro estupro e pelo envolvimento no assassinato de dois estudantes em um de seus ashrams.