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porto velho, quarta-feira 5 de fevereiro de 2025
MUNDO: A sudoeste da cidade de Bakhmut, na Ucrânia, os soldados ucranianos Andriy e Borisych vivem em um bunker à luz de velas escavado na terra congelada. Por várias semanas, eles enfrentaram centenas de combatentes pertencentes ao grupo militar privado russo Wagner, que se lançaram contra as defesas ucranianas.
Disfarçado usando uma balaclava, Andriy relata um tiroteio aparentemente interminável quando eles foram atacados por uma enxurrada de combatentes do Wagner.
“Estivemos lutando por cerca de 10 horas seguidas. E não era apenas ondas, era ininterrupto. Então foi como se eles não parassem de vir”.
Seus rifles AK-47 ficaram tão quentes com os disparos constantes, diz Andriy, que eles tiveram que trocá-los constantemente.
“Eram cerca de 20 soldados do nosso lado. E digamos 200 do lado deles”, diz ele.
O modo de guerra do Wagner é enviar uma primeira onda de combatentes que compreende principalmente recrutas recém-saídos das prisões russas. Eles sabem pouco sobre táticas militares e estão mal equipados. A maioria apenas espera que, se sobreviverem ao contrato de seis meses, possam ir para casa em vez de voltar para uma cela.
“Eles fazem o grupo – digamos de 10 soldados – chegar a 30 metros, depois começam a cavar para manter a posição”, diz Andriy sobre o Wagner.
Outro grupo segue, diz ele, para reivindicar outros 30 metros. “É assim que, passo a passo, [Wagner] está tentando seguir em frente, enquanto eles perdem muita gente nesse meio tempo”.
Somente quando a primeira onda está esgotada ou cortada, o Wagner envia combatentes mais experientes, muitas vezes dos flancos, em um esforço para ultrapassar as posições ucranianas.
Andriy diz que enfrentar o ataque foi uma experiência assustadora e surreal.
“Nosso atirador estava quase enlouquecendo, porque estava atirando neles. E ele disse, eu sei que atirei nele, mas ele não cai. E então, depois de algum tempo, quando ele talvez sangre, ele simplesmente caia”.
Andriy compara a batalha a uma cena de um filme de zumbis. “Eles sobem sobre o cadáver de seus amigos, pisam neles”, diz ele.