Fundado em 11/10/2001
porto velho, segunda-feira 14 de julho de 2025
VILHENA, RO - A Justiça absolveu Rafaeli Feliz de Souza, de 28 anos, e Jean Carlos Tavares Brunelli, de 26 anos, das acusações de envolvimento na morte de Valdir da Silva Guimarães, então de 40 anos, padrasto da mulher. A sessão do júri popular aconteceu na última quarta-feira (12), na 1ª Vara Criminal da Comarca de Vilhena (RO), região do Cone Sul. Valdir foi encontrado morto na sala de casa no dia 15 de julho de 2018.
O corpo de jurados foi formado por quatro homens e três mulheres. Conforme o Tribunal de Justiça, o julgamento começou por volta das 9h e terminou durante a tarde. Cinco testemunhas foram ouvidas.
Durante os debates, a Promotoria de Justiça pediu pela condenação dos então réus por homicídio qualificado – recurso que dificultou a defesa da vítima. O advogado de Jean e Rafael, Marcio de Paula Holanda, alegou que o casal não cometeu o crime. O G1 entrou em contato com o advogado por e-mail e aguarda retorno.
Na decisão, a juíza Liliane Pegoraro cita que o Conselho de Sentença "reconheceu a materialidade delitiva, bem como acolheu a tese de negativa de autoria", absolvendo, então, os acusados.
As investigações da Polícia Civil, que foram concluídas quase dois meses após a morte de Valdir, indicaram que Rafael induziu Jean a matar a vítima. A mulher estaria com raiva de Valdir por conta de uma discussão ocorrida entre eles meses antes.
O que entendeu a polícia
Os investigadores apuraram que, no dia do crime, Valdir passou o dia todo com a esposa; estava feliz e ingeriu bebidas alcoólicas. No fim da tarde, a esposa precisou ir à cidade e a vítima ficou sozinha no sítio.
Mais tarde, Rafaeli descobriu que a mãe estava na cidade e o padrasto, sozinho. Depois disso, ela, o irmão e o marido foram para uma confraternização. Durante a festa, Rafaeli e Jean saíram do local dizendo que iriam comprar cigarros. Ela pediu para o irmão cuidar da filha dela.
Quando foi ouvida pela polícia, Rafaeli disse que demorou de 10 a 15 minutos para retornar para a festa. Porém, a versão dela foi desmentida pelo próprio irmão, que informou que o casal demorou para retornar à confraternização e que até precisou ligar para Jean. A ligação foi atendida por Rafaeli, que explicou que a corrente da motocicleta havia caído.
Outro ponto do depoimento de Rafaeli que precisou ser contrariado foi a versão de que não havia problemas com o padrasto. Os investigadores descobriram que no Dia das Mães do ano passado, ela chutou o padrasto numa discussão e Jean chegou a atirar ao alto para acalmar os ânimos.