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    porto velho, domingo 12 de maio de 2024

Julgamento de acusados de matarem jovem queimado passa de 70 horas em RO

Corpo de um jovem foi encontrado carbonizado dentro de carro e o outro não foi encontrado até hoje.


G1RO

Publicada em: 26/10/2017 11:05:42 - Atualizado


ARIQUEMES, RONDÔNIA - O julgamento de cinco acusados de estarem envolvidos nos assassinatos dos jovens Ruan Lucas Hildebrandt, de 18 anos, e Alysson Henrique de Sá Lopes, de 23, já dura mais de 72 horas. O tribunal do Júri iniciou na segunda-feira (23) e, no início desta quarta-feira (25), os cinco réus começaram a ser ouvidos pelo Júri popular no plenário da 1ª Vara Criminal do Fórum de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. O julgamento d eve se estender até a próxima sexta-feira (27).

Os crimes aconteceram entre o final entre o final de janeiro e início de fevereiro de 2016. O corpo de Alysson Henrique de Sá Lopes foi encontrado carbonizado dentre de um veículo próximo à fazenda onde ocorreu o crime. Já o corpo de Lucas Hildebrandt, não foi encontrado até hoje.

Conforme o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), o julgamento havia sido suspenso em agosto deste ano, após um dos advogados contratados para fazer a defesa de um dos réus não comparecer ao Fórum. Na época, o advogado foi punido por abandono de causa e teve uma multa estipulada em 60 salários-mínimos, o que equivale a R$ 56,2 mil.

Um novo advogado foi contratado pela parte ré e o Júri popular iniciou às 8h, de segunda-feira. Nos dois primeiros dias do julgamento, apenas as testemunhas foram ouvidas pelo Conselho de Sentença.

O processo contra os réus tramita em segredo de justiça e até o momento, a imprensa não foi autorizada a captar imagens do Júri.

Familiares dos réus compareceram durante todos os dias do julgamento e o plenário permaneceu lotado em todo momento.

Conforme o judiciário, entre os acusados estão o proprietário da fazenda e um amigo do fazendeiro responsável, o qual é o responsável por contratar os serviços de segurança clandestina. Além de um sargento da reserva, de 49 anos, lotado em Ji-Paraná (RO) e outros dois policiais do 7º Batalhão da Polícia Militar, lotados em Ariquemes e Cujubim.

Caso

Conforme as investigações, duas reintegrações de posse foram cumpridas pela Justiça na propriedade rural para que invasores, os quais pertenciam a grupos sem terras, deixassem a área, mas em ambas as ocasiões, a propriedade foi novamente invadida.

Por conta disto, o fazendeiro decidiu contratar um grupo de segurança privada clandestina, organizado por um amigo de infância, que era o presidente da Associação Rural de Ji-Paraná (RO).

O proprietário da fazenda ofereceu R$ 105 mil ao amigo para efetuar o trabalho e ele ficou responsável em contratar os policiais militares para proibir a aproximação ou entrada dos sem terras na localidade.

No dia 31 de janeiro ocorreu uma reintegração de posse na fazenda. No dia seguinte, um grupo de cinco rapazes foi até o local.

Eles deixaram o carro próximo a uma fazenda vizinha e foram até a propriedade para buscar alguns pertences, tendo em vista que eles não estavam no local no dia da reintegração e seriam parte integrante de um grupo que realizava invasões de terras na região.

No dia 1º de fevereiro de 2016, o corpo de uma pessoa foi encontrado carbonizado dentro de um automóvel incendiado no mesmo local do desaparecimento dos jovens. Após exames do Instituto Médico Legal (IML), o corpo foi identificado como o de Alysson Henrique.

Segundo a Polícia Militar (PM), as buscas por Lucas Hildebrandt iniciaram no dia 1° de fevereiro com auxílio da Força Tática, do Grupo de Operações Especiais (GOE), da aérea Falcão 02 e do grupo do canil do 2° BPM, de Ji-Paraná, além de apoio do Corpo de Bombeiros.

Entretanto, o jovem não foi encontrado pelos órgãos de segurança pública e as buscas foram suspensas quatro dias depois. O corpo de Lucas Hildebrandt não foi encontrado até hoje.

Os militares integrantes do grupo de vigilância clandestina que atuava na área, chegou a trocar tiros com a própria Polícia Militar. Na época, um arsenal de armas de fogo que pertenciam ao grupo foram encontrados dentro de uma caminhonete.


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