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    porto velho, domingo 15 de junho de 2025

Lula promete demarcar todas as terras indígenas do país antes do fim de seu mandato

Presidente assinou decretos de homologação de terras indígenas em seis estados brasileiros e liberou R$ 12,3 milhões para a Funai


R7

Publicada em: 28/04/2023 13:08:57 - Atualizado


BRASIL -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (28), que quer terminar seu mandato, em 2026, com todas as terras indígenas do país demarcadas. "É um compromisso que eu tenho. O que nós queremos é terminar o mandato e os indígenas brasileiros estarem sendo respeitados e tratados com toda a dignidade que todo ser humano merece neste país", disse Lula.

A demarcação é competência exclusiva do Executivo, que identifica e sinaliza os limites do território tradicionalmente ocupado por tribos indígenas.

"Nós vamos legalizar as terras indígenas. É um processo demorado. Tem que passar por muitas mãos. E a gente vai ter que trabalhar muito para que possa fazer a demarcação do maior número possível de terras indígenas. Não só porque é um direito de vocês, mas porque, se a gente quiser chegar a 2030 com desmatamento zero na Amazônia, a gente vai precisar de vocês [ao se referir aos indígenas] como guardiões da floresta", declarou.

Durante agenda no acampamento indígena Terra Livre, montado na Esplanada dos Ministérios, Lula criticou a invasão de territórios indígenas. "O madeireiro não tem o direito de cortar aquela árvore para ganhar dinheiro. Uma árvore em pé vai produzir mais para o país do que deitada para plantar soja. Nós temos mais de 30 milhões de hectares de terras degradadas, terras que podem ser recuperadas, e essas terras podem dobrar a produção agrícola deste país, sem precisar mexer com indígena."

Lula assinou nesta sexta-feira (28) os decretos de homologação de terras indígenas em seis estados brasileiros, que estavam prontos desde 2018. Foram homologadas as terras de Arara do Rio Amônia (AC), Kariri-Xocó (AL), Rio dos Índios (RS), Tremembé da Barra do Mundaú (CE), Uneiuxi (AM) e Avá-Canoeiro (GO).

    O presidente também liberou R$ 12,3 milhões para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), para a aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos para as casas de farinha, a fim de recuperar a capacidade produtiva das comunidades indígenas yanomami.

    Além disso, foi recriado o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e instituído o Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). Os dois colegiados têm a função de proteger, recuperar e conservar, além de buscar o uso sustentável dos recursos naturais nos territórios indígenas.


      Acampamento Terra Livre

      O Acampamento Terra Livre (ATL) é um tradicional evento de mobilização indígena e chega a sua 19ª edição. O evento teve início na segunda-feira (24), em uma área próxima à Esplanada dos Ministérios, e termina nesta sexta-feira (28).

      O acampamento é organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A manifestação deste ano pede demarcação de terras indígenas, fim da violência contra os povos originários e mais rigor no enfrentamento das mudanças climáticas.

      Participaram do evento os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Esther Dweck (Gestão e Inovação), além de Joenia Wapichana (Funai).

      A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, discursou na cerimônia. "O aumento do número de mortes, doenças e violência contra nossos povos e territórios, o aumento das invasões dos territórios [indígenas] provocou um aumento enorme de crimes como garimpo e desmatamento. Isso afeta também os não indígenas, porque afeta o ar que respiramos. Afeta o acesso à água limpa de que nós precisamos", afirmou.


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