O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o churrasco realizado na sexta-feira 26 para confirmar aos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes que pretende indicar Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias. O advogado pessoal de Lula poderá ocupar a vaga deixada Ricardo Lewandowski, aposentado em abril.

Conforme a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, Lula disse que o assunto será resolvido nesta semana. No churrasco, o presidente confidenciou aos ministros que não pretende cometer os mesmos erros em nomeações feitas no passado. “Segundo o relato de uma testemunha da conversa, Lula disse considerar que todas as suas indicações anteriores para o STF foram erradas”, informou a colunista.

Ao todo, Lula indicou sete ministros ao Supremo, dos quais dois ainda estão na Corte — Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Além deles, também foram nomeados Menezes Direito, que já morreu, Cezar Peluso, Ayres Britto e Joaquim Barbosa, que se aposentaram. Barbosa se tornou relator do Mensalão e defendeu a condenação de vários petistas. Lewandowski, que estava no churrasco, também foi indicado por Lula. No entanto, o ministro sempre decidiu a favor dos interesses do petista.

Aos ministros, o presidente afirmou que a origem dos erros cometidos foi o fato de ele sempre ter ouvido aliados, como o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o então deputado federal Sigmaringa Seixas, assim como as bases de vários setores. Isso, na opinião do presidente, fez com que ele privilegiasse critérios que levaram os ministros a tomarem, tempos depois, decisões que o prejudicaram.

De acordo com um dos interlocutores de Lula no churrasco, o recado foi bastante claro: neste terceiro mandato, o único critério a ser preenchido para conseguir a nomeação é a fidelidade máxima ao presidente da República.