Mauro Cid vai fardado para CPI, não responde nenhuma pergunta e envergonha o exército
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid está preso desde 3 de maio. O militar depõe à CPI do 8/1 nesta terça (11/7)
metropoles
Publicada em: 12/07/2023 08:55:37 - Atualizado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro recebeu, nesta terça-feira (11/7), a lista de visitantes do tenente-coronel Mauro Cid na prisão. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi preso no dia 3 de maio na Operação Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação.
Entre as visitas, estão nomes atrelados ao ex-presidente como, por exemplo, o ex-ministro da Saúde e atual deputado federal, Eduardo Pazuello, e o ex-secretário de Comunicação e advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.
Ao todo, Cid recebeu 73 visitantes, a maioria familiares, como sua esposa, Gabriela Cid, e seu pai, o general Mauro César.
Mauro Cid é considerado uma das peças-chaves para as investigações sobre os ataques do 8 de Janeiro. Preso, a PF investiga se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.
Além disso, foram encontradas mensagens de teor golpista no celular do ex-ajudante de ordens.
Segundo relatório da PF, a trama para aplicar um golpe de Estado no Brasil envolveria o afastamento de ministros do STF e o início de uma nova intervenção militar.
Veja a lista de visitantes de Mauro Cid:
Eduardo Pazuello (PL-RJ), deputado e ex-ministro da Saúde
Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da gestão Bolsonaro e advogado do ex-presidente
Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid
Jean Lawand Júnior, coronel do Exército que trocou mensagens em tom golpista com o ex-ajudante de ordens
Mauro César Loureno Cid, general que é pai de Cid e colega do ex-presidente Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército
Júlio César Arruda, general e ex-comandante do Exército
Ridalto Lúcio Fernandes, general e ex-diretor de logística do Ministério da Saúde
João Alexandre Lopes Franzoni, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras; atualmente, é adjunto da Divisão de Simulação de Combate, do Comando de Operações Terrestres (Coter)
Jorge Alexandre Oliveira de Medeiros de Souza, tenente-coronel que teve uma conversa em grupo de militares no WhatsApp interceptada e participou da discussão de golpe após vitória de Lula
Luiz Eduardo Rocha Paiva, general de brigada
Márcio Nunes de Resende Júnior, oficial do Exército
Marcos Fernando Fantinel Flores, militar
Monique Cid dalla Lana Bohrer, promotora de Justiça
Nelson Raul Olavo Kremer, auxiliar do Estado-Maior
Osmar Crivelatti, tenente
Pedro Ronalt Vieira, general
Rafael Cavalcanti Cid, procurador do estado do Rio de Janeiro desde 2004
Raphael Borges Lins Maciel Monteiro, policial civil de Goiás
Roberto Escoto, general de brigada, comandante da ocupação militar na Maré e o novo diretor de Gestão Corporativa da Apex Brasil
Rodrigo Henrique Roca Pires, ex-advogado do do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Temístocles da Rocha Torres, tenente-coronel
Wesley Simonton Cindra Rédua, segundo-tenente do Exército
Adriano Alves Teperino, primeiro-tenente do Exército
Aldo Ernesto Andrade Junior, major
Alexandre Oliveira Cantanhede Lago, general de Brigada
Antonio Carlos Cid Jr, médico no Exército
Bernardo Lobo Muniz Fenelon, advogado de Mauro Cid
Bruno Tadeu Palmiere Buonicore, advogado de Mauro Cid
Cleverson Ney Magalhães, subcomandante e coronel
Darlan Sena Messias Larssen, tenente-coronel
Deocleciano José de Santana Netto, coronel
Ernesto Luiz Dalla Lana Bohrer, major
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general do Exército
Felipe Rosa Barroso Magno, tenente-coronel
Fernando Saboia Vieira, da Assessoria técnica-jurídica da Câmara dos Deputados
Glauber Juarez Sasaki Acácio, capitão do Exército
Heron Salomão Cardoso Angelim, coronel
Depoimento
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou por volta das 8h45 ao Congresso Nacional para prestar depoimento, nesta terça-feira (11/7), na CPI do 8 de Janeiro. A presença de Cid era aguardada para a semana passada, mas, em meio ao esforço concentrado da Câmara dos Deputados, as sessões foram adiadas.
Em sua fala inicial, Cid explicou como é feita a escolha dos ajudantes de ordem do presidente e negou a existência de qualquer vínculo pessoal entre ele e Bolsonaro.
“Minha nomeação jamais teve qualquer ingerência política. […] Não estava na minha esfera de atribuições de analisar propostas ou demandas trazidas. Não participávamos da gestão pública”, disse.
O ex-ajudante de ordens ficou em silêncio durante a oitiva. Alguns militares da ativa afirmaram em anonimato que a presença do coronel fardado na CPI envergonhava o exército.