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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
BRASIL -A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação contra a revogação da prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson e defendeu o envio do caso à Seção Judiciária do Distrito Federal.
A PGR pediu, ainda, que Jefferson continue internado no Hospital Samaritano Botafogo, caso haja a necessidade de acompanhamento médico que não possa ser prestado pelo hospital penitenciário.
Segundo a PGR, a prisão preventiva é a única medida adequada e proporcional para a garantia da ordem pública, "não havendo razões, neste momento processual, a indicar a possibilidade de revogação da custódia, ainda que com aplicação de medidas cautelares diversas".
A PGR afirma que os fatos "são gravíssimos, haja vista, além do reiterado descumprimento das medidas cautelares impostas à época, haver severos indícios de que, no período de cumprimento da prisão preventiva em domicílio por ordem da Corte Suprema, o preso ocultou as armas em sua posse".
Jefferson está preso desde outubro de 2022, quando jogou granadas e atirou em agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir uma ordem de prisão contra ele. O ex-deputado já estava em prisão domiciliar, por ter ameaçado o STF e realizado ataques pelas redes sociais à Corte e a seus ministros.
No entanto, mesmo proibido de usar a internet, de manter contato com outros investigados e de sair de casa, Jefferson proferiu ataques à ministra Cármen Lúcia, em razão de ela ter votado em uma ação da Corte que vetou, temporariamente, o lançamento de um documentário da produtora Brasil Paralelo sobre o atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante a campanha de 2018.
O ataque desferido pelo ex-deputado ocorreu na residência dele, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. Foram cerca de 30 tiros contra os agentes da Polícia Federal, em um primeiro momento. Um dos integrantes da equipe teria, então, gritado que um policial estava ferido. Roberto Jefferson, entretanto, além de ter arremessado as granadas, efetuou mais 30 disparos de carabina contra a equipe.
De acordo com denúncia apresentada em dezembro de 2022 pelo Ministério Público Federal (MPF), "após o disparo de aproximadamente 60 tiros de carabina e o lançamento de três granadas (adulteradas) contra os quatro policiais federais, Roberto Jefferson gravou novo vídeo, divulgado na internet, exibindo a viatura policial alvejada por vários disparos, além de uma grande poça de sangue próxima ao veículo".