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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a questionar nesta sexta-feira (28) o patamar da taxa de juros no Brasil e a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"A taxa de juros de 10,50% [ao ano] é irreal para uma inflação de 4%. Isso vai poder melhorar quando eu puder indicar o presidente [do Banco Central]", afirmou o presidente em entrevista à rádio O Tempo, durante sua passagem por Minas Gerais.
"O Presidente da República não pode ficar brigando com o presidente do BC, porque ele foi escolhido pelo governo anterior, pensa ideologicamente igual ao governo anterior e não está fazendo o que deveria fazer corretamente", disse o petista.
No dia 18, em entrevista à rádio CBN, Lula disse que Campos Neto tem lado político e trabalha para prejudicar o país.
Na quinta (27), Lula disse que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem condições de presidir o banco após o mandato de Roberto Campos Neto, que termina em dezembro deste ano.
"O Galípolo é um menino de ouro. Se tem um menino de ouro é Galípolo. Competentíssimo, de uma honestidade ímpar. Obviamente ele tem todas as condições para ser presidente do Banco Central. Mas nunca conversei com ele, nunca falei com ele [sobre isso]", afirmou em outra entrevista em Belo Horizonte.
Galípolo votou a favor para a manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano na última decisão do Copom (Conselho de Política Econômica) do Banco Central.
O presidente também voltou a negar a associação entre a subida do dólar e uma declaração em entrevista ao UOL em que ele teria colocado em dúvida a necessidade de efetuar um corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo.
"Tem especulação com derivativo para valorizar o dólar e desvalorizar o real, e o Banco Central tem que investigar isso. Se o Presidente da República que for eleito não puder falar, quem vai poder falar? O cara que perdeu? O presidente do Banco Central?", afirmou Lula em entrevista à rádio O Tempo.
Depois, durante cerimônia para anúncio de investimentos em Minas Gerais, Lula voltou a defender o aumento real do salário mínimo.
"O mínimo é o mínimo. Não tem nada mais mínimo do que o mínimo. Como eu posso fazer ajuste fiscal em cima do mínimo do mínimo. Eu queria fazer ajuste fiscal era na rentabilidade dos banqueiros desse país, que ganha dinheiro especulando na bolsa de valores todo santo dia. Não vou mexer nas pessoas mais humildes", disse o presidente.
"Um cidadão de classe média não precisa do estado. O cara que tem casa, carro, bem casado, tem uma família, com os filhos estudando numa escola boa, ele não precisa do governo."