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    porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024

Em movimento de aproximação, Lula planeja retomar encontros com setores do agronegócio

Pedido para retomar agendas, iniciadas em março, partiu do próprio presidente, após lançamento do Plano Safra


R7

Publicada em: 08/07/2024 11:24:23 - Atualizado

BRASIL: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja retomar os encontros com setores do agronegócio para se aproximar do grupo, em meio à revisão que a equipe econômica do governo tem feito a respeito dos gastos públicos. As reuniões começaram em março e foram suspensas devido à agenda do presidente e à tragédia ambiental que atinge o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. Os encontros, com caráter informal, têm acontecido na Residência Oficial da Granja do Torto, no esquema de “happy hour”.

Por enquanto, o petista já reuniu produtores de carne e de óleo vegetal e fruticultores, e os próximos a serem convidados devem ser as áreas de café, algodão, floresta plantada e bioinsumos. A ideia é que os encontros sejam semanais ou a cada 15 dias.

Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que também participa das reuniões, o pedido para retomar as agendas com o agronegócio partiu do próprio presidente. Lula solicitou a volta pessoalmente ao ministro na quarta-feira (3), depois do lançamento do Plano Safra para 2024 e 2025. Esta edição da iniciativa terá orçamento recorde, de R$ 400,59 bilhões, em aceno do Executivo ao setor.

“Nós tínhamos programado a continuidade dos encontros setoriais aqui no Palácio [do Planalto] ou na Granja do Torto — preferencialmente, na Granja do Torto. Veio o desastre climático do Rio Grande do Sul e tudo isso foi interrompido. [Lula] disse que já dá para retomar os encontros. O pessoal do café é o primeiro da lista nas agendas e deve ser o próximo, mas ainda não marcamos”, declarou Fávaro, na quarta (3).

Quanto à relação do agronegócio com o governo, o ministro defende que não deve ser “um concurso de beleza”. “Não se torna a prioridade número um agradar todo mundo, achar que todo mundo precisa bater palma. O fato é que, em 18 meses [de mandato], as realizações estão aí. Contra os dados e os fatos realizados, não há controvérsias, e eu não quero polemizar”, completou, ao afirmar que o novo Plano Safra foi finalizado oito dias antes do lançamento.

No fim de março, o ministro chegou a dizer que a relação do governo com o agronegócio não era “uma paixão terrível”, embora, na avaliação dele, já tivesse melhorado desde o início do mandato de Lula. A mudança do local de lançamento do Plano Safra — inicialmente previsto para Rondonópolis, no interior de Mato Grosso, estado onde a produção agrícola é forte — gerou mal-estar com o setor.

O plano acabou sendo lançado em Brasília, no Palácio do Planalto, devido ao pouco tempo para organizar o evento e por falta de espaço em Rondonópolis para comportar a cerimônia. A mudança de local fez com que o anúncio atrasasse em alguns dias. Para Fávaro, não houve desprezo do governo com o setor. Segundo ele, a própria decisão de lançar o plano em um grande evento mostrou o compromisso do Executivo com o grupo.

“É diferente mobilizar fora de Brasília. Aqui, todas as entidades têm representatividade e é mais fácil para vir. Nesse lapso temporal, seria muito mais difícil mobilizar e fizemos aqui em Brasília mesmo. Pareceu que o mundo ia acabar, a agropecuária brasileira ia acabar, uma hecatombe, desprezo. O Plano Safra passado acabou no domingo [anterior ao lançamento de quarta]. Isso já tinha ocorrido outras vezes e o mundo não acabou. Não foi desprezo nenhum. O presidente, de forma muito sensível, me disse ‘olha, se você quiser, venha ao meu gabinete e eu publico o novo plano, tudo certo, não podemos deixar a agropecuária desguarnecida’. Mais do que retórica, é trabalhar, que os resultados aparecem”, completou o ministro.

Novo Plano Safra

O projeto oferece linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas para médios e grandes produtores. Também na quarta-feira (3), Lula lançou o Plano Safra voltado à agricultura familiar, de R$ 85,7 bilhões. Em complementação à iniciativa, será possível usar R$ 108 bilhões em recursos de LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), para emissões de CPR (Cédulas do Produto Rural) — num total de R$ 508,59 bilhões para os agricultores do país. O LCA é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras públicas e privadas.

Com a oferta de linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas, o plano é um programa do governo federal para apoiar o setor agropecuário. A medida tem vigência de um ano, começa em 1º de julho e termina em junho do ano seguinte — período que acompanha o calendário das safras brasileiras. A liberação de recursos permite, então, o custeio de equipamentos e produtos, assim como melhorias na propriedade rural.

O valor deste ano, de R$ 400,59 bilhões, é cerca de 10% superior ao de 2023, quando o governo federal liberou R$ 364,22 bilhões. Dos recursos do plano em 2024, R$ 293,29 bilhões (73%) são para custeio e comercialização e R$ 107,3 bilhões (27%) para investimentos.



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