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porto velho, sábado 28 de dezembro de 2024
PORTO VELHO - RO - O Partido dos Trabalhadores (PT), outrora uma força significativa no cenário político de Rondônia, vive uma crise de identidade e relevância. Pulverizado pelo bolsonarismo nos últimos pleitos, a sigla hoje enfrenta dificuldades para reerguer-se e, mais do que isso, para manter alguma representatividade no estado.
Há uma década, o PT de Rondônia era identificado por lideranças de peso, como a ex-senadora Fátima Cleide, reconhecida por sua atuação contundente no Congresso, e Eduardo Valverde, deputado federal de destaque. Ambos foram pilares de um partido que, à época, tinha projeção e capacidade de articulação. Contudo, a perda dessas figuras simbólicas e a crescente onda conservadora na política local resultaram em um esvaziamento da legenda.
Atualmente, o PT não possui parlamentares eleitos na capital, Porto Velho, um indicador claro de sua retração. Pior ainda, o partido parece ausente das articulações políticas em curso para 2026. Enquanto outros grupos se movimentam para lançar novos nomes ou fortalecer alianças estratégicas, o PT permanece paralisado, sem demonstrar esforço sequer para formar uma nova geração de lideranças.
A ausência de protagonismo do PT no estado contrasta com o fortalecimento de partidos de direita, que dominam o cenário político rondoniense. O bolsonarismo, com sua base sólida e discurso afinado com os anseios de boa parte do eleitorado local, consolidou-se como uma força hegemônica, praticamente inviabilizando o crescimento de legendas de esquerda.
Essa falta de reação do PT levanta questionamentos sobre sua sobrevivência política em Rondônia. Enquanto outras legendas tentam se reinventar em um cenário adverso, o partido parece estagnado, refém de um passado que não encontra eco no presente. Se não houver uma guinada estratégica nos próximos meses, o PT corre o risco de se tornar irrelevante no cenário político do estado, vivendo apenas da memória de tempos mais prósperos.
Em um momento em que a política exige renovação, articulação e conexão com o eleitorado, o silêncio do PT soa como um sinal de sua própria desconexão com a realidade de Rondônia.