PORTO VELHO-RO:  O deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil) demonstrou, para surpresa de todos, ser um exímio articulador político ao liderar a construção de um amplo bloco de apoio à candidatura de sua irmã, Mariana Carvalho, à Prefeitura de Porto Velho. Reuniu figuras de peso e consolidou alianças que, em teoria, tornariam fácil a eleição dela.

No entanto, apesar da força política e do apoio de lideranças nacionais como o ex-presidente Jair Bolsonaro, a candidatura de Mariana foi derrotada nas urnas. Na prática, o resultado evidenciou que a articulação de bastidores, por si só, não garantiu sintonia com os anseios da população da capital rondoniense e criou desgaste para sua figura política, ou seja, enquanto esteve focado na campanha da irmã, Maurício Carvalho viu sua atuação parlamentar perder visibilidade.

Agora, depois da ressaca eleitoral, analistas políticos observam que, desde o início do mandato, o deputado tem tido uma presença discreta no Congresso Nacional, sem protagonizar grandes debates ou apresentar projetos de destaque para Rondônia. Sua atuação na mídia local também é quase inexistente, o que contribui para a percepção de que ocupa uma posição confortável no chamado "baixo clero" de Brasília.

Embora em seu discurso de posse tenha prometido dar continuidade ao trabalho de Mariana como deputada, pouco se vê em termos de iniciativas concretas voltadas às necessidades do estado. As críticas aumentam à medida que a população busca representantes mais atuantes e conectados com os problemas reais da região.

A derrota de Mariana Carvalho, mesmo com todo o aparato político montado, foi interpretada por muitos como um sinal claro de que o eleitorado rondoniense está mais atento e exigente.

E para Maurício Carvalho, o recado também é direto: é hora de sair do conchavo dos bastidores e mostrar trabalho em Brasília, porque o eleitorado rondoniense já fez tombar um dos membros do clã Carvalho e sua reeleição não está garantida.